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Plantas aquáticas ameaçam o Rio São Francisco

A população ribeirinha tenta reduzir a proliferação as plantas, retirando-as das águas

O Rio São Francisco está sendo ameaçado por uma praga verde. A grande quantidade de espécies, em especial elódeas e aguapés (respectivamente dos gêneros elodea e eichhornia), ocorre basicamente por conta do despejo de esgoto e produtos químicos no rio. Não é possível saber exatamente quando essas plantas surgiram no rio, mas é do conhecimento de todos que elas se alastraram de forma surpreendente por conta da contaminação e da diminuição da vazão.

Segundo Emerson Soares, coordenador da Expedição do São Francisco e vice-coordenador do Comitê Científico de Bacias Hidrográficas do Nordeste, esse aumento é resultado do acúmulo de poluentes, fertilizantes, agrotóxicos e esgoto doméstico. “Quando o ambiente está equilibrado, elas (as plantas) ocorrem em menor proporção e não causam problemas ao ecossistema. Inclusive elas são importantes na filtragem de nutrientes, servindo de alimento para várias espécies”, explica.

Rio fundamental

O excesso das plantas já causa problemas a quem navega nas águas e aos pescadores. O rio São Francisco é considerado fundamental para o Nordeste. Sem ele, milhões de pessoas ficariam sem fonte de abastecimento hídrico. O Velho Chico, como é chamado, corta 507 municípios, de Minas Gerais a Alagoas. A área afetada pela proliferação das plantas é a região conhecida como baixo São Francisco, que vai de Paulo Afonso (BA) até a foz, em Sergipe e Alagoas, com um total 214 km de extensão.

Mudanças de padrões

A bióloga marinha e professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Élica Guedes, explica que um dos fatores que está causando a proliferação é a mudança dos padrões físico-químicos da água. A preocupação da especialista é com a qualidade da água. “O desenvolvimento em excesso (das plantas) influencia também na qualidade da água. Elas tendem a retirar oxigênio no seu processo de desenvolvimento, e isso afeta o desenvolvimento de outros organismos presentes na água: microalgas, zooplancton, peixes, entre outros”, explica.

Para minimizar o problema, Guedes diz que é preciso evitar derramamento de produtos químicos na água, que podem ter origem em vários pontos. “Um deles são as plantações nas margens dos rios que utilizam agrotóxicos e são lançados na água. Até mesmo máquinas das usinas que utilizam óleos para o funcionamento também geram resíduos”, explicou.

Pesca e navegação

O ambientalista Antônio Jackson Borges navega no São Francisco há décadas e disse que é evidente o aumento no número de plantas nos últimos meses. “Elas enrolam nas hélices e nos obrigam a ter que fazer uma limpeza, travando até o motor”, conta. A pesca, segundo Jackson, está prejudicada, já que as redes ficam mais pesadas. “As baronesas estão com um processo de proliferação muito rápido e até assustador. Em Paulo Afonso, na prainha, simplesmente ninguém via a água, totalmente coberta por essa espécie, que reduziu a produção pesqueira de 400 toneladas para 200”, completa.

Fonte e foto: BBC Brasil

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