A Polícia Civil da Paraíba concluiu o inquérito que apurou a morte do advogado e empresário Geffesson de Moura Gomes, tendo denunciado como responsáveis pelo ocorrido os policiais sergipanos Osvaldo Resende Neto (delegado), José Alonso de Santana e Gilvan Moraes de Oliveira (Sargento Gilvan). Eles foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual, pela adulteração da cena do delito. O Ministério Público da Paraíba os denunciou à Justiça, que acatou a denúncia prontamente, transformando os acusados em réus. O pedido de prisão preventiva feito pelo MP, no entanto, não foi atendido pelo magistrado paraibano e os três policiais já foram colocados em liberdade.
O delegado Glauber Fontes, designado em caráter especial para apurar o caso, destacou alguns pontos para justificar o pedido de prisão preventiva dos policiais sergipanos, negado pela Justiça. “Os policiais estavam ali não para prender, mas para executar. Os disparos comprovam isso, pois foram oito tiros à queima roupa. Além disso, para tentar ludibriar a investigação, eles jogaram uma arma no carro da vítima e apresentaram essa arma apenas na Delegacia de Patos e não no local do crime, caracterizando a fraude processual”, disse o Glauber Fontes.
Tio de acusado foi morto
A investigação da Polícia Civil da Paraíba revelou que o delegado da Polícia Civil de Sergipe, Osvaldo Resende, já tinha envolvimento em uma situação muito semelhante no ano de 2020, em Tamandaré, quando foi morto o tio de Luiz Henrique, que era o alvo que os policiais sergipanos realmente queriam localizar na Paraíba durante o episódio que resultou na morte do advogado e empresário. “já havia um problema familiar entre a equipe do delegado de Sergipe e o investigado Luiz Henrique, que quem eles procuravam”, destacou Glauber Fontes.
O relatório da Polícia Civil paraibana aponta que o advogado Geffesson de Moura Gomes foi morto por engano, pois o alvo da equipe sergipana era o investigado Luiz Henrique Cunha Carvalho. Outro ponto é a questão da arma que foi atribuída a Geffesson. Segundo o delegado Glauber Fontes, a arma tinha sido revendida para um policial militar de Sergipe que, inclusive, encontra-se preso.
O delegado Sylvio Rabelo, da 3ª Superintendência de Polícia Civil da Paraíba, que investiga os casos relacionados a várias cidades do Sertão, destacou que o relatório é preciso e com base em uma investigação minuciosa, não deixando dúvidas quanto as autorias do crime. “O autor dos oito disparos de arma de fogo que ceifaram a vida da vítima foi o delegado Osvaldo Resende Neto. Os policiais José Alonso de Santana e Gilvan Morais de Oliveira deram o apoio necessário para a consumação do crime”, frisa Sylvio Rabelo.
Entenda o caso
No dia 16 de março passado, por volta das 22h, uma equipe da Polícia Civil de Sergipe entrou em território paraibano para realizar diligências, tendo abordado o advogado e empresário Geffesson de Moura Gomes, que trafegava pela rodovia federal BR-230, à altura do município de Santa Luzia, sertão da Paraíba.
O objetivo era prender um grupo criminoso que atua em roubos de cargas e outros crimes em Sergipe e que havia se escondido na Paraíba. Os policiais sergipanos estavam de posse de mandados de prisão, no entanto, segundo as apurações policiais, não deram qualquer chance de a vítima se explicar ou se apresentar, alvejando-a com oito disparos à queima-roupa. O relatório releva, que o advogado já sem vida foi deixado na frente do hospital da cidade de Santa Luzia.
Fonte e foto: Portal de notícias ClickPB