Para conhecer Sergipe de fato, é preciso senti-lo de perto. Sentir as belezas naturais que o Estado possui, onde cores, texturas, cheiros e também sabores são a mescla que torna um destino turístico inesquecível para os visitantes. Que tal, então, sentir de perto a Praia do Saco? Eleita uma das cem praias mais bonitas do mundo segundo a revista francesa Grands Voyageurs, ela apresenta mar de águas cristalinas e de tons esverdeados, areia fina e clara, coqueiros, dunas, rio e até mangue. Fica localizada em Estância, no Litoral Sul sergipano, já na divisa com a Bahia e a 70 quilômetros da capital, Aracaju.
Ao chegar, caminhe pelo calçadão e vá até a centenária Capela Nossa Senhora da Boa Viagem. Infelizmente, ela está fechada, mas, mesmo de fora, a beleza da arquitetura já rende boas fotos. Depois disso, curta o sol e o mar. É verdade que se trata de uma opção de passeio mais econômica e tranquila. Agora, se você quer um pouco mais de diversão e aventura, invista nos passeios de lancha e de buggy. Nesse caso, a dica é: chegue cedo para curtir a região o dia inteiro, sem pressa.
Passeio de lancha
Faça um passeio de lancha até as ilhas e bancos de areia que se formam e se modificam conforme a maré. E aproveite o roteiro completo: a Ilha da Sogra, Ilha do Sogro e Ponta do Saco, onde o mar encontra o Rio Real, passando pelos manguezais. Detalhe: é na Ilha da Sogra onde há as piscinas naturais.
O turista pode alugar embarcações para até cinco passageiros por meio de fornecedores locais. “Os barcos comportam, no máximo, sete pessoas. Mas, caso haja passageiros adicionais, é cobrado um valor por cada cliente a mais”, explica o lancheiro Fagner Felix dos Santos. De acordo com ele, há outros veículos náuticos com capacidade para levar até dez pessoas.
Lancheiro há cinco anos, Fagner Felix é dono da embarcação com a qual trabalha todos os dias. No verão, época de maior movimento de turistas, ele atua das 7h às 17h. Piloto experiente, conduz a lancha com destreza, garantindo aos passageiros tranquilidade para que todos aproveitem a aventura com emoção, mas sem sobressaltos.
Além de conhecer bem as águas da Praia do Saco, o lancheiro faz as vezes de guia de turismo, explicando aos visitantes o itinerário e as histórias que envolvem os lugares a serem explorados. O passeio dura, em média, uma hora e meia, levando-se em conta que, a cada parada, o turista pode usufruir do lugar por cerca de 25 minutos. É tempo suficiente para vislumbrar e sentir muito de perto as belezas naturais.
Ponta do Saco e gastronomia
Difícil não se encantar pela Ponta do Saco. Que o diga o casal Tatiane Justo e Cristian Altenhofen. No estado pela primeira vez, os turistas vieram de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, para passar férias. Hospedados em Aracaju, os gaúchos escolheram a Praia do Saco como primeiro destino turístico a explorar em território sergipano. “Sergipe tem muitas possibilidades de passeios. Quando pesquisamos os pontos turísticos, vimos que aqui era um lugar bem bonito para a gente conhecer. É lindo mesmo! Estamos amando”, afirma Tatiane.
Apesar de a Ponta do Saco ser um local inóspito, o turista pode pedir um coco e beber a água enquanto come um pastel de camarão feito no bar de Taísa Santos de Oliveira, a Preta. O estabelecimento é uma estrutura bem simples, feita de madeira e palha, que é deslocado sempre que o mar invade a faixa de areia, o que tem acontecido constantemente.
Segundo Elislaine Dias da Conceição, que trabalha no bar na Ponta do Saco há sete anos, não há energia elétrica no local, mas sobram simpatia e boas opções de petiscos, como porção de carne do sol, camarão, caranguejo, peixe frito e pastéis de vários sabores. “As pessoas gostam muito daqui. No final de semana, fica cheio, o que é bom para o turismo da nossa cidade”, comenta.
Por falar em comida, na Praia do Saco, há vários restaurantes que oferecem boa gastronomia, mesas na faixa de areia, vista para o mar e fácil acesso à praia. No restaurante de Alessandra Morais, um dos mais antigos da região, o carro-chefe é a moqueca de peixe ao molho de camarão. “O diferencial é que o peixe é fresquinho. Meu marido, Pedro Soares, é quem pesca”, revela. O cardápio, aliás, é bem-variado: há caranguejo, moqueca de camarão, pirão de guaiamum, peixe frito e muito mais.
Passeio de buggy
Depois de bem-alimentados, dá até para os turistas fazerem a sesta, afinal, redes espalhadas pela praia são um convite ao descanso. Porém, quem vai a Estância busca também emoção. E aí é a hora de se aventurar nas dunas da Praia das Dunas. O mar de areia, aliás, é uma das principais atrações. “O passeio de buggy possibilita aos turistas conhecerem mais a cidade e a região. Muita gente busca um pouco mais de aventura, e o buggy proporciona isso”, avalia Erlison Rodrigues, bugueiro há mais de seis anos.
O percurso tem quatro paradas e dura cerca de uma hora e meia. No roteiro, estão dois pontos no alto das dunas, ambos com uma bela vista, além de uma parada em mar aberto, na Ponta do Saco. A sugestão é fazer o passeio de buggy no fim de tarde, quando a paisagem fica ainda mais bonita. Em um dos mirantes no topo das dunas, há um balanço que rende fotos e momentos de contemplação.
Erlison explica que, no mês de janeiro, quando há um fluxo maior de turistas, um bugueiro chega a fazer cinco viagens por dia. “Apesar de cansativa, gosto da minha profissão. É divertido. A gente conhece pessoas de vários lugares, do Brasil e até de fora do país”, comenta. E é assim, fomentando o turismo por meio do desenvolvimento da cadeia produtiva, que o destino Sergipe vai se fortalecendo e atraindo mais e mais turistas.
Fonte e fotos: GS