No momento em que o consumo de carne no Brasil cai ao menor nível em 25 anos, devido a alta anual de 35% no preço e a crise gerada pela pandemia, disparam os furtos na seção de açougue dos supermercados. Por reunir produtos de alto risco, o açougue dos supermercados tornou-se também muito visado por pessoas mal-intencionadas, fazendo a área ser responsável por 2,62% das perdas no faturamento em 2020, como revela a 21ª Avaliação de Perdas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). As carnes mais visadas são sempre as mais nobres, como picanha, contrafilé e filé mignon.
No geral, o segmento supermercadista registrou 1,79% de perdas sobre o faturamento bruto em 2020, segundo a Abras. Se levarmos em conta apenas o índice de perdas no setor de açougue, o rombo no faturamento das lojas chega a 2,62%. De acordo com a Abras, o índice de perdas no setor de açougue das lojas, em 2019, antes da pandemia, era de 2,51%. As carnes sempre foram apontadas como produtos de alto risco (PAR) devido ao mercado paralelo muito ativo e as particularidades do setor, como a qualidade dos produtos e a sua manipulação. Com o agravamento da crise causada pela pandemia, elas se tornam um alvo predileto para desvios e furtos.
Um levantamento feito pela Gunnebo (www.gunnebo.com.br), empresa de proteção eletrônica para o varejo, por meio do Gatecash, seu sistema de monitoramento para a frente de caixa, aponta aumento de aproximadamente 1000% em valor nominal de perdas em carnes de janeiro a junho últimos se comparado ao semestre anterior (julho a dezembro de 2020). “Hoje, a cada 200 vídeos analisados diariamente pelo Gatecash, identificamos dez eventos (5%) do setor de açougue sobre o total registrado, oriundos de erros operacionais, indícios de furtos e desvios dos funcionários”, informa Vanessa Urbieta, gerente de Produtos da Gunnebo.
Fonte: SuperHiper