Opções de proteína mais baratas do que as carnes vermelhas, o frango e os ovos não têm aliviado o bolso das famílias e também ficaram mais caros nos últimos meses. A variação segue em linha com a disparada do milho, que saltou mais de 50% nos últimos 12 meses.
“A alimentação segue influenciada pela seca, porque houve quebra de safra no milho e a repercussão é na carne de frango e nos ovos, que andam subindo de preço”, analisa o André Braz, economista responsável pelos índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas(Ibre/FGV).
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o valor cobrado por cada saca de 60 kg de milho disparou mais de 50% nos últimos 12 meses.
O reflexo é percebido nos índices oficias de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE). De acordo com a prévia da inflação de setembro, a maior para o mês em 27 anos, os valores das aves e dos ovos saltaram 24,02% nos últimos 12 meses.
Os principais destaques ficam por conta das altas do frango inteiro (+25,5%) e em pedaços (+26,67%). Os ovos, por sua vez, estão 15,29% mais caros do que em outubro do ano passado.
Carnes vermelhas
Ainda que as altas sejam significativas, a alterativa de retornar para as carnes vermelhas para driblar a inflação não é uma boa aposta, já que o item saltou ainda mais: 28,36%. No período de 12 meses, os maiores saltos partiram do músculo (36,83%), lagarto comum (34,07%), pá (33,88%), patinho (32,5%), costela (31,85%) e contrafilé (30,62%).
Na outra ponta, as variações em ritmo menor foram verificadas nos preços da capa de filé (11,13%), fígado (12,43%) e carne de porco (14,84%). Nenhuma das carnes vermelhas ficou mais em conta no período. A aposta real para fugir da disparada dos preços das aves e das carnes vermelhas pode ser identificada na substituição pelos peixes, cuja alta de preços acumulada entre outubro de 2020 e setembro de 2021 é de 5,56%.
Fonte: Portal R7