O prédio histórico do século 19 que abriga o Centro de Cultura e Arte – Cultart da Universidade Federal de Sergipe passou por uma completa reforma que acaba de ser concluída. Falta somente a comissão de recebimento proceder à última vistoria para que o importante espaço seja novamente entregue à comunidade acadêmica e à sociedade sergipana. (veja abaixo a história desse patrimônio histórico)
A obra foi dividida em duas etapas devido ao seu funcionamento e à setorização em dois prédios, informa o professor Jorge Gonçalves, chefe da Divisão de Projetos – Dipro, da Superintendência de Infraestrutura da UFS. O investimento total foi de quase R$ 2,7 milhões.
“Na primeira etapa, iniciada em julho de 2017 e concluída em agosto de 2018, foram investidos exatos R$ 2.039.553,22. Foram executadas principalmente as obras no prédio da edícula (anexo), onde foram feitas a recuperação do reboco externo, esquadrias externas e internas, bem como o piso de madeira tipo taco, como também o assoalho no Teatro localizado no pavimento superior”, explica Jorge Gonçalves.
A cobertura foi revisada e trocadas as peças danificadas, telhas e calhas, foi feita a pintura geral no prédio, com aplicação de sinteco nos pisos, construção do muro dos fundos e lateral e a recuperação da estrutura metálica, das vigotas tipo “trilho” de apoio de sustentação do terraço/varandas laterais da sacada que circundam todo o prédio principal e que compõem a estrutura do porão.
Segunda etapa
A segunda etapa, iniciada em agosto de 2019, é justamente a parte da reforma que foi concluída agora. O valor estimado final é de R$ 642.033,81. “Essa é uma demonstração de que a Universidade não está parada e continua realizando os investimentos necessários, mesmo nesse período de pandemia. Depois que tudo isso passar, a instituição voltará a funcionar plenamente, entregando à comunidade o melhor que ela pode fazer, o que é uma marca da nossa gestão”, afirma o vice-reitor Valter Joviniano de Santana-Filho.
“Na segunda etapa consideramos as maiores intervenções no prédio principal, onde os banheiros foram reformados, com a troca de todos os revestimentos, louças e metais sanitários, também foram construídos banheiros adequados à acessibilidade”, observa o chefe da Dipro.
“Foram feitas as correções nas patologias de fachada, balaustradas e manutenção da mesma, concertado o reboco e feito tratamento nas fissuras, limpeza e pintura externa”, diz, acrescentando que todo o telhado foi recuperado, bem como as calhas e tubos de queda, melhorando o recolhimento das águas das chuvas.
O forro de madeira do teto foi recuperado e pintado conforme padrão existente. Foram consertados os degraus das escadas, trocado o piso das varandas laterais e feita a adequada impermeabilização. O assoalho em tábuas corridas em madeira do prédio principal e os rodapés estão em perfeito estado de novo.
Para completar, foi revisada toda a parte de acessibilidade universal, com instalação de barras de apoio, pisos táteis, recuperação dos passeios e calçadas. E, com a aprovação da Fundação de Cultura e Arte Aperipê – Funcap, foi instalado um portão de acesso de carga/descarga no Cultart.
Prédio histórico
O prédio do Cultart funciona na Av. Ivo do Prado, n° 612, bairro São José, e tem área total construída de 2.064,18 m². É um prédio histórico, construído em 1874 para inicialmente funcionar como um orfanato, denominado “Asilo Nossa Senhora da Pureza”, mantendo-se em atividade até 1891.
Em 8 de julho de 1917, o espaço foi recuperado no governo do General Valadão e passou a funcionar como Grupo Escolar Barão de Maruim. De 1950 a 1980 o prédio foi sede da então Faculdade de Direito, tornando-se, a partir de 1980, o Centro de Cultura e Arte da Universidade Federal de Sergipe.
O Cultart é composto por um prédio tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual, onde funciona a Pinacoteca Professor Luiz Alberto dos Santos, com mais de 100 obras de artistas plásticos de expressão nacional, dentre pinturas e esculturas, e a Galeria de Arte Florival Santos, aberta à visitação da comunidade durante a realização de eventos.
Outros espaços também estão situados no prédio principal, como as salas de conferência (miniauditório com capacidade para 50 pessoas), de dança e algumas salas nos porões, como o almoxarifado e salas para atividades docentes e laboratórios de artes.
No prédio mais novo, situado como um anexo no pátio interno, estão as Divisões de Música (DIMU), Artes Visuais (DIARVIS) e Artes Cênicas (DAC), bem como salas para trabalhos de pintura, desenho e cerâmica. Já no pavimento superior do mesmo prédio estão situadas as salas de ensaio da Orquestra Sinfônica e Coro da UFS.
Entre um prédio e outro existe o pátio interno com um palco destinado às várias manifestações artístico-culturais promovidas pelo Cultart.
Marcos Cardoso, Gabinete do Reitor da UFS – Foto Dipro/Infraufs