Cerveja, carne, leite e material de construção mais caros. E além de tudo isso, uma conta de luz ainda mais salgada do que a atual. Este será alguns dos efeitos da Medida Provisória (MP) de privatização da Eletrobras, aprovada na última segunda-feira (21) pelo Congresso e que agora aguarda sanção presidencial, o que deve acontecer num prazo de até 15 dias, que vence em 6 de julho próximo.
Como a energia elétrica representa uma parte relevante dos custos da indústria e do setor de serviços, o previsto aumento no preço da tarifa deverá será repassado aos produtos que consumimos, assim como acontece quando o diesel e o gás natural são reajustados. Dois terços do impacto da alta de preços da energia elétrica se dá nos produtos ou serviços consumidos pela população.
Esse impacto se adiciona a um cenário que já é de pressão nas tarifas, com reajustes que podem chegar a 20% ou 30% em 2022, por causa da situação dos reservatórios em meio à crise hídrica e de aumentos que foram evitados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em meio à pandemia, alertou ainda a entidade.
Segundo levantamento da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), o custo com energia elétrica representa 48% do preço do leite, 34% do valor da carne, 28% do que pagamos na cerveja e 10% do gasto em materiais de construção e açúcar. “Este acréscimo de custo pode representar, por exemplo, um aumento de 10% no leite e 7% na carne para todos os consumidores”, estimou a Abrace.
Fonte: Jornal Estado de Minas