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Prisão domiciliar de Rodrigo Rocha revolta a família do rapaz assassinado

Acusado de crime bárbaro, Rodrigo Rocha estava numa clínica em Aracaju

A família do jovem Jorge Alexandre de Souza Santana, assassinado a tiros na casa do patrão, está indignada com a concessão de prisão domiciliar ao empresário Rodrigo Rocha, principal acusado pelo bárbaro homicídio. Logo após o crime, o suspeito fugiu, só sendo preso no interior de São Paulo. “Rodrigo não hesitou em tirar a vida do meu irmão. Foram mais de 10 tiros. Por que a Justiça concedeu prisão domiciliar a um cara desse?”, indaga Agda Sofia, irmã da vítima.

A permissão para que o filho do rico empresário Zezé Rocha fosse para casa foi dada, no plantão judicial de domingo (2), pelo desembargador Alberto Romeu Golveia Leite. Anteriormente, a Justiça já havia negado dois Habeas Corpus (nº 202000311349 e nº 202000335766) impetrados pela defesa do acusado. Ambos tiveram como relator o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Edson Ulisses. Do julgamento do último HC também participaram os desembargadores Diógenes Barreto e Ana Lúcia Freire de Almeida dos Anjos, que acompanharam o voto do relator.

Jorge Alexandre foi fuzilado com 10 tiros na cozinha de Rodrigo Rocha

Até o momento, o Ministério Público de Sergipe não se manifestou publicamente sobre a prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, concedida a Rodrigo Rocha. Mas, independente da manifestação da Procuradoria de Justiça, a liminar favorável ao Habeas Corpus terá o seu mérito julgado pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. A relatoria já foi, inclusive, definida: é a desembargadora Elvira Maria de Almeida Silva.

Seu José Arisvaldo de Santana, pai da vítima, não acha justo que Rodrigo Rocha “fique no bem bom de sua casa, usando uma tornozeleira eletrônica. Ele tem que pagar na cadeia pelo crime bárbaro que cometeu”, reclama, emocionado, o pai do jovem Jorge Alexandre. Segundo Arisvaldo, se o empresário “está doente, que seja colocado num manicômio judiciário para pagar pela barbaridade que fez com meu filho”.

Escondido em São Paulo

O crime, que chocou a cidade de Lagarto, município da região centro-sul de Sergipe, aconteceu em janeiro de 2020. Alertada por populares que ouviram os tiros, a Polícia foi chamada e encontrou o cadáver do jovem Jorge Alexandre numa poça de sangue, na cozinha da residência de Rodrigo Rocha. O empresário não estava no local, só sendo preso em abril do mesmo ano. A equipe comandada pelo delegado Jonathas Evangelista prendeu Rodrigo num rancho localizado no município paulista de Araçoiaba da Serra, próximo de Paranapanema.

O empresário Rodrigo Rocha tem uma robusta ficha policial. No final da década de 90, ele matou a tiros o vigilante José dos Santos, de 59 anos, quando este se encontrava trabalhando no centro de Lagarto. Foragido, só foi preso em junho de 2001 na cidade maranhense de Bacabal, graças à uma ação conjunta das Polícias Federal e Civil.

Um jovem violento

É o Ministério Público Estadual que, em 2004, ao propor à Justiça a transferência do julgamento de Rodrigo Rocha de Lagarto para Aracaju, narra o passado turbulento do empresário: “Um jovem violento, desrespeitador da Polícia, do Poder Judiciário e do Ministério Público, beneficiário de ‘sursis processual’ por crime de lesão corporal contra um policial militar dentro da delegacia de Lagarto e estando respondendo a outra ação penal pública por porte de droga”.

Rodrigo Rocha chegando no Aeroporto de Aracaju após ser preso no interior de São Paulo

No mesmo ofício, o Ministério Público de Sergipe conta que, “olvidando as condições que lhe foram impostas para cumprimento de prisão domiciliar”, Rodrigo Rocha foi de Lagarto para Riachão do Dantas, onde se envolveu numa confusão e atirou contra uma pessoa em plena praça pública. O MPE lembra, ainda, que o empresário “é filho do atual [ex] prefeito de Lagarto, homem rico, detentor de grande prestígio político, o que compromete a realização de um julgamento popular sereno, seguro e imparcial”.

Em março de 2009, um texto jornalístico produzido pela Secretaria da Segurança Pública e enviado à imprensa, expõe outro delito cometido pelo empresário lagartense. Informa que policiais militares prenderam Rodrigo Rocha sob a acusação de ter ferido à faca um turista do Recife durante o Lagarto Folia. A prisão, contudo, foi complicada porque o acusado tentou fugir e, ao ser alcançado, entrou em luta corporal com dois policiais, os ameaçando verbalmente. Controlado, foi levado para a delegacia de Simão Dias, tendo sido denunciado em inquérito por tentativa de homicídio, dirigir embriagado, desacatar, resistir, agredir e ameaçar os policiais militares.

Por Destaquenotícias

 

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