Se vai faltar energia nos próximo meses, ainda não se sabe. A escassez de geradores no mercado, no entanto, é certa. De acordo com profissonais do setor, a procura por esses motores, que evitarão que casas, comércios e indústrias fiquem às escuras se faltar eletricidade, aumentou em torno de 40% neste ano e a tendência é que a procura cresça caso as chuvas teimem em não cair.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos acredita que é praticamente inevitável o desabastecimento. Segundo a entidade, as pessoas assistem notícias sobre possível apagão e racionamento e ficam assustadas. Ninguém quer ficar sem energia. A Abimaq informa que as vendas neste segundo trimestre já subiram 129,27% em relação aos três primeiros meses do ano, ou 26,63% mais que nos mesmos meses de 2020.
O diretor-geral da Generac no Brasil, Augusto Zucollotto, diz que a fila e os prazos de entrega não param de crescer desde abril, quando se começou a falar de crise hídrica. “O empresário quando viu que os preços subiam e se falava em possível racionamento, fechou logo seus pedidos. Quem chegou primeiro recebeu”, revela.
“Setembro agora é o último mês para quem quer uma unidade com potência menor comprar com a garantia de que vai receber em 2021. As indústrias, que precisam de motores mais fortes, só vão receber em fevereiro do ano que vem”, afirma o diretor da Generac no Brasil. “Não estamos conseguindo suprir a demanda. Temos problemas diversos na cadeia de suprimentos que não foram resolvidos até hoje”, lamenta.
Sumiram do mercado
Zucollotto diz que motores maiores, de 500 KVAs ou mais, já desapareceram do mercado. “São três fornecedores no país, Scania, Volve e Perkins. Ninguém está conseguindo entragar no segundo semestre mais.” Reinaldo Sarquez, da Abimaq, diz que a tendência do setor é focar a produção em geradores mais potentes (grupos de 700 a 1.000 KVAs), que atendam a atividades essenciais à sociedade ou à economia, como hospitais, shoppings centers e indústrias.
Fonte: R7