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Produtores de amendoim apostam em boas vendas

O amendoim cozido virou patrimônio imaterial de Sergipe

No município de Lagarto, a perspectiva do verão pós-isolamento social deu ao plantio do amendoim novos adeptos. No Perímetro Irrigado Piauí, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) contabilizou, ao menos, 10 novas plantações de amendoim, que de tão popular, virou Patrimônio Imaterial Sergipano, e cuja colheita acontece após 80 dias de plantio. Produtores beneficiados com irrigação e assistência técnica rural da Companhia apostam no aumento do preço, em relação ao verão passado – o que vem para compensar o último inverno, quando a pandemia frustrou os tradicionais festejos juninos, em que o amendoim cozido é petisco de presença obrigatória.

Jackson Simões é produtor irrigante há 20 anos e cultiva o amendoim há oito no perímetro irrigado da Cohidro, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri). Ele repassa o produto in natura para os beneficiadores do amendoim cozido, que o revendem nas feiras. Para o agricultor, é bastante compensatório produzir no período de férias e de presença de turistas nas praias sergipanas. “Na época do verão, costumo plantar três roças e colher 250 ‘terças’, 250 baldes [de 12 litros] bem cheios, em cada uma”, afirma. A primeira roça de amendoim de Jackson foi plantada há quase 60 dias e ele vai aguardar mais 20 para colher, no início de novembro. Até lá, ele pretende plantar as outras duas roças, na perspectiva de escoar o produto em três datas diferentes, facilitando a venda e o atendimento à demanda.

Em Lagarto, o amendoim irrigado é colhido após 80 dias de plantio (Foto: Fernando Augusto)

De acordo com o gerente do Perímetro Irrigado Piauí, Gildo Almeida, o aumento da produção para atender o verão está sendo significativo. “Os produtores costumam aumentar a produção no verão. Algumas áreas da região já estão plantadas, outras estão começando agora. No ano passado, alguns produtores chegaram a vender por R$ 30,00 a ‘terça’; no inverno geralmente esse valor cai para R$ 20,00. Esperamos que esse ano haja uma melhora no preço, puxado pela alta nos preços dos alimentos e também pela expectativa de verão mais movimentado que o inverno”, aponta o gerente. Em 2018, só no perímetro de Lagarto, a produção anual de amendoim registrada foi de 173 toneladas. Em todos os quatro perímetros públicos de irrigação do Governo do Estado, a safra foi superior aos 900 mil quilos.

Diretor de irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca avalia que o plantio do amendoim já era bastante vantajoso nos perímetros irrigados, antes de se tornar, em 2013, Patrimônio Imaterial de Sergipe. Além da demanda ser grande – seja no São João, São Pedro ou nas praias – na agricultura, o amendoim é uma planta com finalidades que vão além da produção de para a venda, sendo muito empregada na rotatividade de cultivos. “É uma cultura pouco exigente. Atua na fixação biológica do nitrogênio ao solo [favorecendo os plantios de outras espécies no futuro] e fornece uma grande quantidade de restos culturais, ajudando o agricultor a economizar em adubação. Por essas vantagens, em nossos perímetros, ele acaba por substituir outros cultivos mais duradouros ou exigentes durante as entressafras, como a batata-doce e o coentro”, revelou.

Ronaldo Isidoro, mais conhecido como Araponga, é proprietário de lote irrigado no perímetro Piauí há oito anos. Ele, que planta amendoim e outros cultivos, como inhame, macaxeira e batata, é um dos produtores que conseguiram vendas no período de inverno, mesmo com a pandemia, mas que guardam grandes expectativas para o verão. “O amendoim sempre dá lucro; vendo bem. No ano, planto uma tarefa, duas vezes amendoim e duas vezes rama (batata-doce) e assim vou levando. Espero que essa safra seja ainda melhor”, afirma Ronaldo.

Fonte: Ascom Cohidro

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