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Professores desenvolvem projeto sobre astronomia

A divulgação cientifica é a principal meta do projeto

Conhecer os planetas, cometas e como funciona o universo são coisas que despertam a curiosidade dos estudantes do Instituto Federal de Sergipe (IFS), no município de Lagarto. Na perspectiva de tornar essa ciência mais próxima da comunidade e do ambiente escolar, o professor Mauro Santos desenvolveu o projeto Astronomia no Céu, que envolve bolsistas do Programa de Iniciação Científica Júnior (PIBICjr).

“Uma área muito interessante e curiosa, estão em aberto muitas perguntas a serem respondidas e poucas pessoas estudando. É uma área que não possui, ainda, um retorno financeiro imediato. Então, as pessoas acabam deixando de lado, mas é muito interessante quando você pode levar isso para a comunidade externa. Quando a pessoa vê pela primeira vez o céu através do telescópio, você se sente bem, enquanto professor. Eu diria que é uma área que está crescendo.”, afirma o professor Mauro.

Trabalho de extensão

O projeto surgiu, em 2010, com a necessidade de ampliar uma extensão da sala de aula.  O professor Douglas Leite, que também integra o projeto, explica que os encontros são quinzenais ou semanais, dependo da disponibilidade dos alunos. Após o estudo, os alunos participam da observação do céu com telescópio e aproveitam o momento para tirar dúvidas.

“No primeiro contato, eu faço uma aula de introdução à astronomia e mostro os conhecimentos básicos e dou material para os alunos estudarem. A gente trabalha com a observação aberta ao público, interna e externa também. Nessas observações, eles trabalham e estudam. Pois, no momento dessas observações, há debates sobre astronomia e eles tiram dúvidas dos visitantes. Sempre tem uma procura muito grande pelo trabalho”, explica.

Segundo o professor Douglas Leite, o projeto é importante, pois proporciona aos alunos um contato com a área de Astronomia, já que pouco se vê sobre o tema na sala de aula.  Os alunos também passam a ter contato com a metodologia científica e começam a trocar experiências quando participam de eventos voltados para a Astronomia.

“Para esses alunos que, por exemplo, são de povoados de origem humilde, eles têm a oportunidade de estudar o ensino médio e o ensino técnico, além do contato com a metodologia cientifica, porque eles aprendem a escrever, participam de eventos como o Encontro Nordestino de Astronomia, na universidade, e apresentam trabalhos. É um preparativo para quando chegarem à universidade. Alguns já foram para universidade fazer curso de Física e outros continuam como hobby. A intenção é multiplicar e popularizar a astronomia.”, ressalta.

Astronomia em Sergipe

A área da Astronomia em Sergipe ainda está crescendo. Segundo o professor Mauro,o estado possui poucos astrônomos amadores. A partir do projeto desenvolvido do IFS, a expectativa é criar o Clube de Astronomia. “Esse Clube é um trabalho de extensão permanente. A ideia é promover um encontro na região centro-sul do estado, aqui no IFS, uma vez a cada dois meses para desenvolver os trabalhos e realizar observações do céu”.

Para participar do Clube de Astronomia, qualquer pessoa pode se cadastrar. A expectativa é trazer palestras de astrônomos de fora do estado e envolver as escolas locais para conhecer um pouco mais sobre Astronomia.

Segundo o professor Mauro, cerca de 20 estudantes fazem parte do projeto. O estudante Elvis Evangelista Leal já se formou; mas, mesmo assim, não deixou o projeto e conta como foi sua experiência. “Foi bom para começar a ter uma noção de astronomia. Quando vim fazer minha primeira observação, pensei que ia ver aquele planeta gigante, mas é tudo bem menor. Hoje, com essa tecnologia ainda temos essa dificuldade,  mas antigamente quando o aumento era bem menor os astrônomos tinham mais dificuldade ainda. Mesmo assim, conseguiram ter um grande avanço.  Hoje, com o avanço da tecnologia, fica bem mais fácil aumentar o processo de evolução”.

Para o professor Mauro Santos, o projeto tem trazido bons resultados e a meta é expandir para atingir mais estudantes e a comunidade do município. “A divulgação cientifica entre alunos e a comunidade é a principal meta do projeto. Agora, podemos ver Júpiter e Saturno, quando a pessoa vê o planeta ela fica muito encantada. Assim, divulgamos a ciência e as pessoas ficam interessadas. É uma ciência difícil, pois há muitas perguntas para poucas respostas. É um debate longo entre a ciência, a religião e nossa ideia de universo, mas creio que, com esse trabalho de divulgação, você atrai pessoas para estudar essa área, que é muito importante. Esse trabalho tem tido muito sucesso”.

Fonte e foto: Revista Pesquisa-SE

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