Em Sergipe existem cerca de 400 obras com recursos públicos que foram apenas iniciadas e deixadas para trás. Em todo o Brasil, a situação não é diferente. São milhões de reais jogados fora todos os anos. Para acabar com o problema, foi aprovado na Comissão de Finanças e Tributação, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 55/11), de autoria do deputado federal Laércio que proíbe a paralisação de obras iniciadas na gestão anterior.
Laércio Oliveira explica que seu objetivo é acabar com o desperdício de dinheiro público. “Não é de hoje que verificamos o abandono de obras iniciadas por gestão diversa daquela em atividade. Ou seja, se o governo anterior ao que cumpre o mandato vigente não for da mesma base política, o descaso com as ações iniciadas é uma prática corriqueira”, disse.
As obras inacabadas representam um verdadeiro descaso com o dinheiro público. “Mais do que isso, é uma afronta ao cidadão que paga seus impostos e não recebe de volta os benefícios do investimento do seu dinheiro”, disse o parlamentar, informando que os exemplos de obras inacabadas são inúmeros: pontes, viadutos, hospitais, escolas, estações de tratamento de água, sistemas sanitários, prédios da administração pública, rodovias, terminais aquaviários, obras de drenagem, barragens, usinas, etc.
Logomarcas
A proposta, que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/00), também determina que as logomarcas e demais imagens representativas do governo sejam as mesmas para todos os governantes que se sucedem, vedado o desrespeito aos padrões, por todos os exercícios.
O projeto define “imagem representativa de governo” como o conjunto de marcas, símbolos e logotipos preexistentes, que compõem a identidade visual e a imagem corporativa de propriedade do ente federativo, relativos à publicidade, propaganda e marketing.
Pelo projeto, o governante, seja prefeito, governador ou presidente da República, fica obrigado a respeitar o cronograma de obras estabelecido por seu antecessor, e encarregado de adotar as medidas suficientes ao regular o andamento das ações.
Ele critica o “verdadeiro circulo vicioso” de modificação de imagem de governo. “Entra um, sai outro, e a mudança de logotipos, marcas e símbolos dos entes federativos é amplamente aplicada, sem respeito à solidez dos modelos preexistentes”. Na avaliação do parlamentar, tais desmandos são fruto da inexistência de lei que puna “esses tipos de gestores”.
O projeto segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça e, em seguida, para o Plenário.
Fonte: Assessoria do deputado