MP da Bahia não vê motivo para prisão de Sérgio Gama
10 de agosto de 2022
Neste 11 de agosto se comemora o Dia do Garçom
11 de agosto de 2022
Exibir tudo

Quase metade das mulheres já foi assediada

O assédio demonstra a recorrência da "cultura de estupro"

Quem não conhece ao menos uma mulher que, em algum momento da vida, foi vítima de assédio? A grande maioria da populalção teve contato com mulheres que se tornaram alvo de um toque físico indesejado, comentários maldosos, um olhar fixo que incomoda, entre tantas outras importunações desagradáveis. De acordo com a pesquisa do Instituto Cidades Sustentáveis, 47% das mulheres já sofreram assédio em ruas, transportes públicos, bares, ambiente de trabalho e até mesmo na própria casa.

A historiadora e especialista em diversidade de raça e gênero, Giselle dos Anjos Santos, explica que o assédio demonstra a recorrência da “cultura de estupro”. “É uma percepção presente no imaginário social de que os corpos das mulheres estão disponíveis, independente de consentimento ou não. E alguns corpos são vistos dessa forma com ainda mais ênfase, como é o caso das mulheres negras”, disse. Segundo Giselle, toda situação de assédio é negativa, independente de onde aconteça, mas o fato de que mulheres e meninas não possam estar seguras nem mesmo no ambiente familiar “demonstra o quanto que a violência de gênero está imbricada na sociedade e a urgência de se transformar essa realidade”.

Beijo no rosto

Uma fisioterapeuta de 24 anos relatou à reportagem do site R7 o momento em que um homem se aproximou dela, segurou-a pelo braço e a beijou no rosto. Depois disso, ele começou a aparecer sempre no mesmo lugar e horário e tentava puxar assunto com a mulher. “Ele tentava falar comigo e eu respondia por medo, mas completamente seca. Teve um dia que ele até disse o número do ônibus que eu pegava, que era o que passava mais próximo da minha casa”, relatou.

O objetivo do estudo do Instituto Cidades Sustentáveis, realizado juntamente com o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), foi de verificar a percepção da população sobre as desigualdades no país. Segundo a historiadora Giselle dos Anjos, um dos aspectos essenciais para o combate do assédio é o fim da impunidade. “Os assediadores precisam ser responsabilizados por seus atos de violência. Para tanto, nós, mulheres, precisamos denunciar situações de abuso e romper com o silêncio que protege os agressores. O assédio é crime e ponto final”.

Fonte: Site R7

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *