O economista Ricardo Lacerda, professor da Universidade Federal de Sergipe e assessor do governo do Estado, não vê motivo para comemorar o crescimento do PIB em 0,6% no 3º trimestre, na comparação com o 2º trimestre, puxado pelo consumo das famílias e pelo investimento privado, segundo divulgou nesta terça-feira, 3, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O PIB, no acumulado de quatro trimestres, mantém trajetória de desaceleração. Reduziu a taxa de crescimento de 1,1% para 1,0%. No 3º trimestre de 2018 a taxa era de 1,6%”, observou. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,842 trilhão.
Evolução do PIB 2014-2019
“A construção civil vem retomando aos poucos, o que é significativo, mas os desafios são imensos: a indústria de transformação e as exportações vão mal e a geração de emprego é lenta e precária”, disse Ricardo Lacerda, acrescentando: “Os juros baixos estimulam o consumo, mas a retomada débil e precarizada do mercado de trabalho limitam sua expansão. Em síntese: é cedo para falar em retomada”.
Ele compartilhou um gráfico mostrando que, depois da recessão iniciada em 2015, o PIB voltou a crescer no primeiro trimestre de 2016 até o quarto trimestre de 2017, praticamente estagnando a partir daí.