Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia elevou novamente a projeção da inflação para este ano nesta quinta-feira (16/9). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que embasa o reajuste do salário mínimo, deverá fechar 2021 em 8,4%. Essa alta vai pressionar ainda mais o Orçamento de 2022, já que o governo considerou a inflação em 6,2%.
O salário mínimo poderá aumentar dos autais R$ 1.100 para R$ 1.192,40 no ano que vem, segundo informações da pasta econômica. Se confirmada, a elevação será maior do que a proposta de R$ 1.169 estimada pelo governo no Orçamento de 2022. Com base no mesmo índice de reajuste, o teto do INSS passaria dos atuais R$ 6.433,57 para R$ 6.973,99.
Segundo informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), atualmente, 50 milhões de brasileiros recebem um salário mínimo no Brasil, destes, 24 milhões são aposentados, beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Não repôs a inflação
Vale destacar que, em 2021, o salário mínimo de R$ 1.100 não repôs a inflação, sofrendo reajuste de 5,26%, abaixo dos 5,45% somados no INPC. Dessa forma, se realmente for cumprido o reajuste sinalizado hoje, não haverá “ganho real” no poder de compra do salário.
No mês passado, o secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal, havia sinalizado que este ano haveria compensasão de valores no Orçamento. A política de reajustes pela inflação e variação do Produto Interno Bruto (PIB) aponta que nem sempre o salário mínimo variou acima da infallação. No período de 2011 a 2018, por exemplo, o reajuste foi concedido considerando o Produto Interno Brudo de 2015 e 2016, que registrou retração.
Com o reajuste compensatório do salário mínimo, o impacto nas contas públicas aumenta. Segundo os cálculos do governo, para cada R$ 1 de aumento do salário mínimo é criada uma despesa em 2021 de aproximadamente R$ 355 milhões.
No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram uma alta de 5,04% para o PIB de 2021. Para 2022, a estimativa no Focus é de crescimento de 1,72%, mas diversos analistas já passaram a projetar uma expansão de menos de 1,0% no próximo ano após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ter dito, nesta semana, que a instituição aumentará os juros o quanto for necessário para conter a inflação.
Fonte: Correio Braziliense