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Sem dar passos para trás: expectativas para a licenciatura em Dança na UFS

Por Daniel Moura*

É praxe em nossas vidas que todas as mudanças significativas provoquem momentos de pausas e reflexões, principalmente porque é comum buscarmos dar o passo certo para a concretude da realização dos nossos sonhos. E quando esse movimento envolve uma mudança na realidade de um maior número de pessoas, aí é que refletir se mostra crucial. Com a proximidade da eleição oficial para a reitoria da UFS, acho que estamos em um momento desses.

Em 2021, assumi a chefia do Departamento de Dança (DDA) e uma das primeiras decisões que tomei foi oficializar, perante o Conselho Departamental, nossa decisão em nos desvincularmos totalmente do Campus de Laranjeiras, visto que, desde 2015, o curso foi mudado para Aracaju. Tal ação trouxe à tona uma série de questões importantes para a comunidade acadêmica, especialmente para os alunos e professores do DDA. Desde então, trabalhamos de forma incessante juntamente com o apoio das várias pró-reitorias da UFS e do próprio Reitor, Valter Joviniano, para minimizar os impactos dessa separação, que hoje é física, mas que entendemos que também precisa ser administrativa.

Entre 2021 e 2022, foram realizadas várias reuniões, mediadas pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), algumas delas com a presença do próprio reitor, mas sem que a direção do Campus de Laranjeiras sinalizasse concordância com a vontade do DDA. Nenhuma das propostas postas à mesa para viabilizar a saída por completo do curso de Dança de Laranjeiras foi aceita.

Assim sendo, tomou forma o cenário com o impasse entre o DDA e a direção do Campus de Laranjeiras. Essa resistência institucional, no entanto, levou o reitor a negociar diretamente com o MEC, buscando viabilizar a criação de um novo curso para o campus, em substituição à graduação de Dança. A pretensão é não deixar o CampusLar desprovido de quatro cursos, o mínimo necessário para que o seu status de centro fora de sede seja mantido. Embora positiva, essa resolução não finda o debate sobre a realocação do curso para a Cidade Universitária Prof. José Aloísio de Campos, sabemos que a solução encaminhada ainda demanda atenção e esforços adicionais.

Mas, recentemente, tivemos boas notícias. Ao que tudo indica, as conversações junto ao MEC, mantidas pelo professor Valter, surtiram efeitos e Laranjeiras deverá, em breve, ganhar uma nova graduação. Isso ocorrendo, não haverá mais impedimentos para que, além do descolamento físico, também ocorra a desvinculação do curso de Dança daquele campus e sua incorporação à outra novidade que se desenha no horizonte, que é a criação de um Centro de Artes, situado em São Cristóvão.

A criação do Centro de Artes, que abrigaria Dança e demais cursos artísticos da UFS, será um avanço imenso para consolidação dos cursos de artes na UFS. No entanto, não podemos perder de vista que essa movimentação tem implicações diretas na vida dos estudantes, que dependem de condições adequadas para continuar seu desenvolvimento acadêmico e artístico.

O apoio à reeleição do professor Valter, que expresso aqui como docente, reflete a confiança na continuidade das políticas que têm beneficiado o curso de Dança de diversas formas. Como exemplos, posso citar: o provimento de alimentação aos discentes no DDA (no Cultart); o encaminhamento da institucionalização do grupo de Dança da UFS com bolsas de apoio; a obtenção de aproximadamente 30 bolsas em projetos pedagógicos (PROLICE e Residência Pedagógica) e possivelmente teremos mais 24 bolsas ainda em 2024, em caso de aprovação de um novo PIBID pela UFS; dentre outras ações externas de importante apoio estudantil, em apresentações, dentro e fora de Sergipe. Todas elas fruto da atual gestão.

Contudo, é fundamental que a comunidade discente se mantenha vigilante e participe ativamente dos debates e reuniões aqui mencionados, pois a realidade do curso de Dança ainda é marcada por desafios que vão além das recentes conquistas. Ainda almejamos a realocação definitiva, a melhoria das condições de ensino, a criação do Mestrado futuro, questões que precisam ser acompanhadas de perto, numa parceria concretizada entre o reitor, pró-reitorias e chefia do DDA, refletindo em debates eficazes e total transparência nas soluções propostas.

Portanto, é essencial que o foco esteja em garantir que a voz da comunidade do DDA continue sendo ouvida e valorizada, e que as promessas de melhoria sejam efetivamente cumpridas. Afinal, a construção de um futuro melhor para o curso de Dança passa, antes de tudo, por um diálogo contínuo e comprometido com as demandas de todos os envolvidos, fato ocorrido na gestão do professor Valter Joviniano. A chegada da professora Martha Suzana, como candidata à sua vice-reitora certamente traz qualidade e representatividade. A professora Martha tem se mostrado sensível aos nossos problemas e é entusiasta do Centro de Artes.  Eles sabem quem nós somos, o que produzimos e do que precisamos. Por isso, convido a todos a caminharem comigo, a se juntarem a Valter e Martha e, juntos, trabalharmos por um futuro melhor para o Departamento de Dança e para a nossa UFS.

*Professor do Departamento de Dança da UFS.

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