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Sergipe: 11 acidentes com petróleo em 5 anos

Manchas na Praia de Pirambu. Foto: Agência Sergipe de Notícias

Por Marcos Cardoso

O derramamento de petróleo que desde o final de agosto afeta as praias do Nordeste, e agora também do Sudeste, é o maior crime ambiental ocorrido no litoral brasileiro. Mas acidentes com petróleo existem desde que o óleo negro começou a ser extraído do subsolo. Em Sergipe, não é novidade o aparecimento de manchas de óleo nas praias e nos rios.

Um levantamento rápido aponta que nos últimos cinco anos houve pelo menos 11 acidentes com derramamento de petróleo no mar ou em terras sergipanas. Alguns deles punidos com multas significativas aplicadas pelo Ibama. Confira:

Setembro de 2014 – O Sindipetro denunciou que houve “mais um caso de poluição, localizada em frente à estação coletora de Oiterinhos II, nas proximidades do CP 365”. Segundo afirmava o sindicato dos petroleiros, “esses descasos fazem parte do plano acelerado de desinvestimento. Isso tem se tornado cada vez mais visível com os constantes vazamentos e derrames, efeito dos desgastes de linhas ferrosas ou de PVC sem manutenção corretiva e preventiva no campo terrestre”.

Abril de 2015 – “Um vazamento em um duto da Petrobras, que interliga as plataformas de produção PCM-5 e PCM-6, no campo de Camorim, na Bacia de Sergipe-Alagoas, despejou na quinta-feira no mar 7 mil litros de óleo e provocou a paralisação de quatro plataformas fixas, afirmou a petroleira”, registrou a agência Reuters. Também foram paralisadas as unidades PCM-8 e PCM-9.

O vazamento aconteceu a cerca de 20 quilômetros da costa de Aracaju e atingiu as praias do Abaís e Saco, no litoral sergipano, e de Mangue Seco e Costa Azul, na Bahia. O Ibama multou a Petrobras em mais de R$ 2,5 milhões.

Fevereiro de 2016 – O Sindipetro denunciou um vazamento de óleo no Litoral Norte de Sergipe, atingindo uma extensa área entre a foz do Rio Japaratuba e a Ponta dos Mangues, município de Pacatuba, no Baixo São Francisco, incluindo 17 quilômetros de praia na Reserva Biológica (Rebio) de Santa Isabel, em Pirambu, local de desova de tartarugas.

Setembro de 2016 – O Ibama voltou a multar a Petrobras, dessa vez em R$ 12,5 milhões, por um vazamento de petróleo, em maio, que atingiu quatro quilômetros das praias de Aracaju. Com origem em um emissário submarino, a substância tratava-se de mistura de sulfeto de ferro com traços de óleo. “O Ibama já havia identificado falhas no descarte de água produzida no Polo Atalaia (PAP-1), tendo alertado o órgão estadual, responsável pelo acompanhamento do empreendimento, e a própria empresa para regularização da atividade em mais de uma ocasião”, segundo nota do órgão ambiental. Em julho daquele ano, a Petrobras deu início ao processo de venda de um conjunto de campos de exploração em águas rasas naquela bacia.

Novembro de 2016 – O Ibama novamente multou a Petrobras em R$ 2,5 milhões pelo derramamento de 1,8 mil litros de óleo bruto no litoral sul de Sergipe em 21 de outubro. A mancha atingiu as praias de Caueira, no município de Itaporanga D’Ajuda, Abaís e Saco, em Estância, se espalhando por uma área de aproximadamente 30 quilômetros. Cerca de 100 tartarugas depositaram ovos na área atingida pelo derramamento no período. De acordo com o Projeto Tamar, nenhum dos filhotes foi impactado.

Maio de 2017 – A Petrobras registrou um vazamento de óleo no Campo de Mato Grosso, entre Carmópolis e Siriri. O vazamento atingiu um córrego seco.

Julho de 2017 – A Petrobras registrou um vazamento de 0,88 metro cúbico de água e óleo de uma linha de produção do campo de Riachuelo, atingindo riacho localizado sob a rodovia SE-240, que dá acesso ao município de Santa Rosa de Lima. A produção do poço foi interrompida e a ocorrência foi informada aos órgãos de controle, disse a empresa.

Abril de 2018 – Um vazamento de óleo foi registrado na praia do Jatobá, na Barra dos Coqueiros, quando foi possível perceber uma mancha de óleo no mar e resíduos em uma área de 700m na faixa de areia. A Petrobras envia água dos poços do Campo de Carmópolis para a empresa Mosaic, em Rosário do Catete, fazer a dissolvição de minérios. A água despejada ao mar, por meio de emissário submarino, saiu da Petrobras com um nível de óleo acima do permitido.

Março de 2019 – Um vazamento de óleo atingiu o rio Sergipe, na altura do município de Riachuelo. Cerca de 0,8 m³ de óleo vazou de uma linha de produção de quatro poços da estatal localizados na região. No mesmo mês, houve outro vazamento, provocado por um defeito em um bujão numa tubulação pressurizada de poço que estava fora de operação, no campo de Carmópolis, em Japaratuba.

Junho de 2019 – Um vazamento de petróleo com origem em um poço desativado atingiu um córrego e parte da rede de esgoto do município de Carmópolis. O poço provavelmente voltou a funcionar espontaneamente.

Julho de 2019 – Um vazamento de óleo foi registrado no município de Japaratuba. O vazamento ocorreu em uma linha de transmissão de um dos poços da Petrobras na região, mas não atingiu nenhum recurso hídrico.

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2 Comments

  1. Adelson Aquino dos Santos disse:

    Muito importante essas informações sobre acidentes com petróleo em nosso estado. Precisamos ficar atentos e cobrar mais segurança nos trabalhos de exploração de petróleo. Tudo isso provoca grandes problemas às comunidades locais e ao meio ambiente.

    • Nadia disse:

      Acredito que esse “descaso” tem a ver com as ações de desmonte da Petrobrás. Senão, por que os órgãos fiscalizadores não foram mais exigentes à medida que estes acidentes foram ficando mais frequentes?

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