Um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) identificou que a menor unidade federativa do país comercializa e consome a cada ano, cerca de 310 toneladas de caranguejo. Este registro histórico tem sido atualizado a cada marco temporal de cinco anos, mesmo diante dos três ciclos de defeso impostos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), como medida de preservação das espécies. Responsável pela geração de emprego superior à casa de 4.500 pessoas em Sergipe, a primeira comercialização atinge com facilidade uma receita de dois milhões e 500 mil por ano.
Pesquisadores da UFS e técnicos da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) entendem que a etapa derradeira deste fluxo econômico é incalculável devido a vasta variedade dos valores repassados para os clientes nas centenas de estabelecimentos em que a iguaria é protagonista nos cardápios. Por mais que o crustáceo impere na gastronomia local, com direito a uma passarela na zona Sul de Aracaju, monumento medindo 7 metros de largura e 2,30 de altura, além de uma lei estadual intitulando-o como Patrimônio Cultural e Imaterial dos 75 municípios, o seu trabalho de captura exige determinação, sabedoria e paciência. Para entender este ato empreendedor, nossa equipe foi até a região do Mosqueiro, zona de expansão da capital.
Dentro deste cenário ambiental, a pesquisa científica desenvolvida pela UFS identificou que a crescente produtividade e consumo de caranguejo uçá no estado de Sergipe tem gerado um elevado volume de resíduos orgânicos (cascas) que acabam causando transtornos ambientais e sanitários. Diante desta constatação, uma forma de agregar valor a estes resíduos tem sido usar as cascas para a produção de biochar, que são promissores como bioadsorventes para remoção de metais-traço em soluções aquosas. Todo este movimento segue a cartilha presente no relatório desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), intitulado: “Reimaginar os nossos futuros juntos: um novo contrato social para a Educação”.
Mapeamento
Na atual conjuntura o registro oficial de catadores de caranguejo-uçá em Sergipe está dividido, em especial, da seguinte composição: rios Real/Piauí, município de Estância, 712 catadores; Indiaroba, 879; Santa Luzia do Itanhi, 800. Além disso, no estatuário do São Francisco, cidade de Brejo Grande, 948 catadores credenciados; Pacatuba, 260. Na região do rio Vaza Barris – que também contempla o Mosqueiro –, em Itaporanga D’Ajuda, são 413 credenciados; e, em São Cristóvão, 834. Zonas de preservação manguezal são encontradas também nas cidades de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e Barra dos Coqueiros.
Por Shis Vitória
1 Comment
Sou de Minas, estou em Aracaju turistando, estou decepcionada com o atendimento dos restaurantes. Só faltam falar ” passa o dinheiro e saí andando” comida ruim e cara, atendimento horrível. Excessão!!!! PARMEGIANO. Se o Governo não qualificar os trabalhadores do turismo, vão continuar no fim da lista.