Sergipe é o terceiro estado com maior taxa de morte violenta intencional a cada 100 mil habitantes (42,6). A informação é do Anuário da Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (15), que reúne o número de mortes violentas, de crimes contra o patrimônio e de armas em circulação, entre outros indicadores em todo o país, em 2020.
A taxa de mortes violentas intencionais cresceu 4% no país. A média ficou em 23,6 pra cada 100 mil habitantes. Sergipe só perde para Ceará (45,2) e Bahia (44,9). Já São Paulo (9), Santa Catarina (11,2) e Minas Gerais (12,6) tiveram as menores taxas. No Brasil, o perfil das vítimas é de pessoas negras (76,2%), jovens (54,3%) e do sexo masculino (91,3%).
Mortes por intervenção policial
Sergipe, ainda de acordo como anuário, é o quarto estado em proporção de mortes decorrentes de intervenções policiais (19,9%). Em primeiro está o Amapá (31,2), seguido de Goiás (29,1) e, em terceiro, o Rio de Janeiro (25,4). A média do país ficou em 12,8%
Alguns tipos de crimes tiveram redução em Sergipe, entre eles roubos ou furtos a residências, estabelecimentos comerciais e transeuntes, uma queda de ( – 35,7%) ; tráfico de drogas (-18,5%) e estupro (-24,6%).
Com relação ao crime de feminicídio, o aumento no número de casos em 2020 em relação a 2019, no estado, foi de 33,3%.
O que diz a SSP
A Secretaria de Segurança Púbica de Sergipe informou, por meio de nota que, sobre as mortes violentas intencionais (MVI), que inclui os casos de confronto, o Anuário confirma informações divulgadas nos últimos anos pela SSP. Os dados mostram a diminuição com variações importantes nas taxas de MVI: 64 mortes para 100 mil habitantes em 2016; 55,7 em 2017; 49,6 em 2018; 42,1 em 2019 e 42,6 no ano passado.
A SSP disse também que, sobre os homicídios dolosos, conforme mostram as últimas edições do Anuário, Sergipe sai de 1306 casos em 2016, com uma taxa de 57,64 mortes para 100 mil habitantes, e cai para 761 casos, com uma taxa de 32,82 para 100 mil habitantes.
Segundo a secretaria, para continuar baixando as taxas de crimes violentos, as forças de Segurança mantêm atuação no estado com base em dados estatísticos, atuação do serviço de inteligência e planejamento ostensivo e preventivo e trabalho pericial constante. Há investimento também na convocação de servidores para as Instituições vinculadas à Segurança Pública.
Sobre as operações policiais em que há situação de confronto, a SSP explicou que são, em sua grande maioria, pautadas em informações preliminares sobre pessoas envolvidas com a criminalidade e com uso de ferramentas de investigação e dos serviços das unidades de inteligência da Polícia Civil e Polícia Militar.
“Nossos agentes policiais agem no estrito cumprimento do dever legal e dentro das excludentes permitidas em lei. Nossas polícias primam pela legalidade, mas nas situações de confronto com a criminalidade, não excitam em defender suas próprias vidas, da sociedade e a imagem de suas instituições. No mais, nossas Polícias Civil e Militar estarão atuando com respeito ao que é determinado em lei e na defesa do que mais importa, o cidadão de bem”, finalizou a nota.