Levantamento feito pelo site G1 revela que Sergipe é o 5º estado brasileiro onde a Polícia mais mata durante confrontos com acusados por crimes. Os outros quatro são Bahia, Pará, Rio de Janeiro e Amapá. Nesta quinta-feira mesmo, policiais militares e civis trocaram tiros com dois suspeitos em Itabaiana, resultando na morte de ambos e no ferimento de um policial, que está fora de perigo. Os dados do G1 são de 2019 e revelam que a Polícia matou 5.804 pessoas em todo o país.
O número de vítimas em confronto com a polícia cresceu 1,5% em um ano. A alta vai na contramão da queda de mortes violentas no país, a maior da série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (19%). Já o número de policiais mortos caiu 51% – foram 326 oficiais assassinados em 2018. É o terceiro ano seguido em que há um aumento de mortes por policiais e uma diminuição de policiais mortos.
Segundo o levantamento, o índice de pessoas abatidas pela Polícia em Sergipe foi de 7,2 a 100 mil habitantes. O campeão é o Amapá (15,1 por 100 mil/habitantes). Os dados, inéditos, compreendem todos os casos de “confrontos com civis ou lesões não naturais com intencionalidade” envolvendo policiais na ativa (em serviço e fora de serviço).
O confronto de hoje
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, 40 policiais civis e militares participaram da “Operação Corja”, desenvolvida em Itabaiana para cumprir mandados de prisões, buscas e apreensões. O delegado Tarcísio Tenório contou que houve reação dos acusados Marcos Vinicius Santos Oliveira, 22 anos, e Jackson Santos do Nascimento, 26 anos, que teriam ferido um policial a bala. Houve tiroteio e os dois suspeitos foram mortos. A Operação apreendeu várias armas em poder dos procurados.
Nota da SSP
Sobre o levantamento produzido pelo Portal G1, a Secretaria da Segurança Pública de Sergipe emitiu a nota oficial que segue abaixo:
“A Secretaria da Segurança Pública (SSP) explica que as operações policiais em que há situação de confronto, em sua grande maioria, são pautadas em informações preliminares sobre pessoas envolvidas com a criminalidade e com uso de ferramentas de investigação e dos serviços das unidades de inteligência da Polícia Civil e Polícia Militar.
Nossos agentes policiais agem no estrito cumprimento do dever legal e dentro das excludentes permitidas em lei. Nesta quinta-feira (16), por exemplo, em uma operação de combate ao crime de homicídios, um policial civil foi atingido com um tiro no ombro e precisou ser atendido no Hospital. O projétil ficou alojado no músculo e o agente ficou com vários hematomas no corpo, em virtude de outros disparos que atingiram o colete balístico. Dois investigados morreram ao tentar atingir policiais. Nesse embate permanente, não temos dúvida de que lado está a sociedade.
Nossas polícias primam pela legalidade, mas nas situações de confronto com a criminalidade, não exitam em defender suas próprias vidas, da sociedade e a imagem de suas instituições.
No mais, nossas Polícias Civil e Militar atuarão com respeito ao que é determinado em lei e na defesa do que mais importa, o cidadão de bem”.