A fome diminuiu consideravelmente no Brasil entre 2012 a 2023. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que há no país 8,3 milhões de pessoas a menos nessas situações de fome e vulnerabilidade, sendo que 3,3 milhões vivem no Nordeste. Na região, Sergipe é o 6º em redução da fome (45,9%), ficando à frente apenas de Alagoas (45,8%), Maranhão (45,7%) e Ceará (40,4%). Na outra ponta, o Rio Grande do Norte (56,9%) foi o estado nordestino que mais reduziu a fome, seguido pela Paraíba (55,6%), Pernambuco (51,7%), Piauí (49,8%) e Bahia (47,9%).
Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, em abril passado, Sergipe lidera o ranking de insegurança alimentar no Brasil. Algo em torno 126 mil pessoas no estado acordam sem saber de terão algo para comer ao longo do dia: estão literalmente passando fome. No entendimento do senador Rogério Carvalho (PT), o governador Fábio Mitidieri (PSD) “mostra a sua incompetência e falta de políticas públicas para resolver o problema da fome”. O petista lamenta o fato de a gestão do pedessista priorizar “a realização de festas e a contratação de cabos eleitorais em ano de eleição”.
A fome no Brasil
De acordo com a FGV, o número estimado de pessoas em situação de pobreza no Brasil em 2023 correspondia a um contingente de aproximadamente 60,4 milhões de pessoas, equivalente a 28% da população. Ao comparar 2023 com o primeiro ano da série da PNAD Continua, temos uma redução de 6,7 pontos percentuais, o que representa uma estimativa de 8,3 milhões de pessoas a menos na situação de pobreza. Nordeste apresentava mais de 27,5 milhões de pessoas com rendimento domiciliar per capita abaixo da linha de pobreza monetária (de R$ 667 mensais). Isso corresponde a uma proporção de 47.4% da população residente na região.
O estudo da Fundação Getúlio Vargas revela que o cenário econômico ao longo dos anos, além da pandemia, potencializou o crescimento de pessoas vivendo na pobreza e extrema pobreza. As políticas de transferência de renda, como o Auxílio Emergencial, Auxílio Brasil e Bolsa Família ajudaram a reverter o cenário.
Um marco significativo, segundo a pesquisa, é representado pelas mudanças na política de transferência de renda. O destaque fica com o relançamento do Programa Bolsa Família em março de 2023. Com o valor mínimo de R$600 e a inclusão de novos benefícios de acordo com a composição familiar, o Bolsa Família contribui para elevação da qualidade de vida, segundo o estudo. O valor do benefício médio do programa aumentou e provocou impactos sobre os indicadores de pobreza monetária, ressalta o levantamento.
Fonte: FGV (foto: Agência Brasil)