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Sergipe tem 352 mil famílias na miséria

O PIB sergipano em 2021 foi de R$ 44,7 bilhões

Com cerca de 560 mil famílias inseridas no Cadastro Único, sendo 352 mil delas em situação de extrema pobreza e 44 mil em situação de pobreza, Sergipe é considerado um estado de pessoas pobres. Pelo menos é assim que pensa o economista Luís Moura, dirigente do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos (Dieese). Muitas destas famílias, segundo o especialista, vivem apenas com a renda que recebe dos programas sociais criados pelos governos Federal, Estadual e Municipal.

De acordo com Luís Moura, o levantamento do Dieese aponta ainda que o total de sergipanos inseridos no CadÚnico ultrapassa 1,2 milhão, o que significa mais da metade da população estimada no estado. “O Congresso Nacional melhorou muito o repasse dos valores para atender essas famílias. Hoje, o que se chama Auxílio Brasil, transfere em média R$ 406 para cada família. Um valor que aumentou muito e injeta na economia sergipana por volta de R$ 137 milhões. O total repassado até o mês de maio foi de R$ 696 milhões”, aponta o economista.

No entanto, Moura reitera que a renda do Auxílio Brasil não é suficiente para manter as famílias, já que muitas vivem praticamente desse dinheiro. O desemprego, segundo o economista, atinge mais de 160 mil sergipanos. “Será que essas famílias querem ficar eternamente sendo atendidos pelo benefício do governo? Não. Será que elas querem ficar desempregadas? Também não. Mas, infelizmente, no Nordeste, elas não têm mais opção. É difícil conseguir emprego. Tem gente que, inclusive, desiste de procurar, porque sabe que não contemplará as exigências que o posto de trabalho pede. Seja pela idade, pelo nível educacional, pelo gênero”, avalia Moura.

Desemprego alto

A taxa de desemprego em Sergipe é de 14,9%, se consagrando a quarta maior do país, e empatando com o desemprego no estado do Rio de Janeiro. Segundo o economista, a pandemia expulsou muitas pessoas do mercado de trabalho, sobretudo negros e mulheres.

“O novo Bolsa Família é extremamente necessário para atender a essas famílias. Se não fosse esse benefício criado no governo Lula e melhorado no governo federal pelo Congresso Nacional, nós não teríamos essas famílias sendo atendidas para conseguir o mínimo, porque nem dá pra conseguir uma cesta básica com a média que é oferecida. Pensar em um Brasil que não contemple essas famílias que passam necessidades, é pensar no Brasil que exclui as pessoas”, conclui Moura.

Fonte: Jornal da Cidade

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