O setor de festas e eventos vive um boom com a liberação de casamentos, aniversários e confraternizações reprimidos pela pandemia de Covid-19. Os profissionais da área, no entanto, não estão conseguindo entregar aos clientes a noite que eles imaginaram e pela qual muitas vezes já pagaram.
“Falta de tudo, não tem copo e prato nas locadoras, não se encontra flores, bebida e equipamentos de som. Mais que isso, os profissionais especializados desapareceram”, adverte o presidente da Abrafesta (Associação Brasileira de Eventos), Ricardo Dias.
O executivo admite ser impossível suprir a demanda reprimida. “O público agora exige mais do que antes. Ninguém quer fazer um jantarzinho. Buscam só grandes eventos.”
Festas mais demoradas
De acordo com ele, a duração das festas aumentou e as pessoas estão bebendo até 20% mais. “E não tem bebida para comprar, porque o cálculo pensado lá atrás de quantidade ingerida por convidado não funciona mais. Sem contar que o produto, bastante afetado pelo dólar alto, disparou de preço”, diz.
Além da dificuldade de abastecer as reuniões dos clientes, as empresas sofrem um problema quase incontornável. Obrigadas a adiar datas por causa da crise sanitária, elas agora têm de garantir, sem acréscimo no pagamento, eventos que ficaram mais caros por causa da inflação alta, aumento dos fretes com a disparada dos combustíveis e pela necessidade de pagar mais por funcionários disputados a tapa pelo mercado.
Uma pesquisa da entidade feita em outubro mostrou que 40% dos casamentos marcados durante a pandemia tiveram de ser cancelados, 20% ocorreram de forma reduzida e 40% foram reagendados. Também foram adiados 45% dos aniversários, 17% das festas de debutantes e 20% dos eventos corporativos.
Fonte: Portal R7