Um banho de sangue, assim será a realidade das escolas públicas se as aulas presenciais voltarem na atual situação. Essa foi a denúncia feita pelo SINTESE no ato realizado em frente à Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura – Seduc no primeiro dia da greve contra o retorno das aulas presenciais.
Professoras e professores derramaram na entrada da Seduc groselha diluída em água para simbolizar o sangue derramado de professores, estudantes, funcionários de escolas e seus respectivos familiares se as aulas presenciais retornarem nas escolas públicas.
“Voltar as aulas presenciais sem as mínimas condições é promover um banho de sangue, serão vidas de professores, estudantes, funcionários de escolas e suas famílias sendo ceifadas por uma decisão do governo do Estado e dos prefeitos e prefeitas”, afirma a presidenta do SINTESE, Ivonete Cruz.
Durante o ato, o SINTESE voltou a questionar o secretário de Estado da Educação, Josué Passos, quais foram os critérios científicos que estabeleceram o retorno das aulas presenciais no pior cenário da pandemia em Sergipe.
De acordo com dados divulgados pelo site ‘Todos Contra o Coronavírus”, do Governo do Estado de Sergipe, atualmente 92% dos leitos de UTI da rede pública estão ocupados e 83,7% dos leitos de UTI da rede privada e 30 pessoas (somando as duas redes) aguardam uma vaga de UTI. Até o dia 09 de maio, a Covid 19 tirou a vida de 4.526 sergipanos.
Ainda em 2020 quando se começou a publicizar que haveria data de retorno das aulas presenciais o SINTESE tem buscado dialogar com o governo do Estado, a Seduc e as secretarias municipais de Educação no tocante de voltar as aulas presenciais não é somente uma questão de data, mas de garantir as condições de segurança.
E as condições mínimas são: vacinação dos trabalhadores e trabalhadoras da Educação (professores e funcionários de escola), testagem em massa dos estudantes e condições sanitárias das escolas. Qualquer retorno sem que esses fatores sejam considerados é colocar em risco da vida de todas e todos.
“Nossa reivindicação é para que se suspenda o decreto de retorno às aulas e se constitua uma comissão composta por representações do governo, dos trabalhadores da Educação, dos pais, dos estudantes para que juntos possamos avaliar e buscar alternativas para que o retorno as aulas presenciais seja seguro e não uma sentença de morte”, afirma a presidenta do SINTESE, Ivonete Cruz.
Aulas remotas continuam
Os professores e professoras das escolas estaduais e das escolas dos 74 municípios filiados ao SINTESE (educadores das escolas municipais de Aracaju são filiados ao Sindipema), iniciaram greve nesta segunda dia 10, depois do decreto do governo Estado n° 40.883 do dia 28 de abril (que homologa a Resolução nº 18 do Comitê Técnico Científico) o determinando o retorno das aulas presenciais para os estudantes dos primeiros e segundos anos do Ensino Fundamental na rede estadual e liberando as prefeituras para início de quaisquer turmas e anos.
“Essa é uma decisão coletiva, os professores e professoras são contrários ao retorno das aulas presenciais sem as condições de segurança, com isso continuam ministrando aulas remotas e também na reivindicação para que o governo do Estado e as prefeituras garantam as condições de trabalho ao magistério e de acesso aos estudantes”, finaliza a dirigente.
Fonte e foto: Sintese