A disparada recente que levou a inflação ao patamar de dois dígitos foi sentida no bolso de 95% dos consumidores nos últimos seis meses. De acordo com pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), os preços “aumentaram muito” para 87% dos entrevistados e “um pouco” para 8%. Por outro lado, entre os que não sentiram a inflação, 4% notaram uma manutenção dos preços e outros 1% dizem que os valores diminuíram um pouco ao longo dos últimos meses.
Na análise segmentada da pesquisa, a percepção de que os preços estão mais altos é igual entre homens e mulheres. No entanto, os consumidores com renda de até um salário mínimo e meio (90%) e os moradores da região Nordeste (93%) são aqueles que mais sentiram a alta significativa da inflação.
A consulta popular revela ainda que três em cada quatro consumidores (76%) tiveram a situação financeira prejudicada pelo encarecimento dos bens e serviços. Além disso, 66% dos entrevistados avaliam que a inflação vai crescer nos próximos seis meses. O valor é 12 pontos percentuais maior do que o apresentado em novembro.
Gastaram mais
A pesquisa mostra que os consumidores pesquisados aumentaram seus gastos com:
Conta de luz – 59%
Gás de cozinha – 56%
Arroz e feijão – 52%
Água e luz – 51%
Combustível – 50%
Frutas e verduras – 49%
Carne vermelha – 48%
O estudo encomendado pela CNI revela que 64% da população afirma ter reduzido gastos nos últimos seis meses. Os cortes foram classificados com “grandes” ou “muito grandes” por 49% dos consumidores que utilizaram do recurso para aliviar o orçamento. As famílias privilegiaram gastos crescentes e inevitáveis, como conta de luz, gás de cozinha, cesta básica e remédios. Assim, 34% dizem ter deixado de comprar material de construção e 29% cancelaram TV por assinatura.
Cortes de despesas
Outros 12% alegam a necessidade de cortar a conta de celular, 24% deixaram de fazer refeições fora de casa, 23% abriram mão da compra de eletrodomésticos, 15% deixaram de consumir combustível e 16% reduziram os gastos com abastecimento.
A pesquisa Comportamento e economia no pós-pandemia, encomendada pela CNI ao Instituto FSB Pesquisa, entrevistou 2.015 pessoas, entre 1º e 5 de abril. A margem de erro do estudo é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Fonte: Portal R7