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Soja sai de Sergipe para a Rússia

O baixo calado do porto de Sergipe inviabiliza importações e exportações

Carregado com 32 mil toneladas de soja, um navio saiu nesta sexta-feira, do Porto de Sergipe com destino à Rússia. Produzidos no município baiano de Luiz Eduardo Magalhães, os grãos foram transportados de carretas para o terminal portuário sergipano. “Embarcamos por mês cerca de 90 mil toneladas de produtos, que vão desde o coque de petróleo, soja, fertilizantes e trigo”, revela Valdeilson Paiva, gerente da VLI, empresa que administra o porto.

Este é o quinto navio abastecido com soja, que sai do Porto de Sergipe com destino a Rússia e Japão. De acordo com Valdeilson Paiva, a soja é uma commodity que tem mercado internacional e Sergipe precisa aproveitar a sua potencialidade e capacidade fértil para se introduzir no corredor logístico de embarque do produto. Neste sentido, o gerente provocou uma reunião com o governo estadual para discutir a possibilidade de produção de soja em Sergipe.

Produção de soja

Na reunião, o vice-governador Belivaldo Chagas (PSB) se mostrou entusiasmado com a possibilidade do Sergipe se tornar um produtor de soja. De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal, o estado apresenta potencial para se tornar um produtor do grão por contar do clima, solo e ciclo de chuvas apropriadas. Ele disse que a Embrapa está com três áreas experimentais situadas em Carira, Frei Paulo e Umbaúba e os resultados são bastante positivos.

O secretário afirmou que o Governo de Sergipe entraria como articulador dos segmentos envolvidos, assistência técnica e distribuição de sementes para os pequenos agricultores que se inserirem na produção de soja. “O porto incrementaria o comércio de exportação e, como valor agregado, a nossa soja entraria com um preço mais vantajoso, pelo fato de não ser preciso computar o custo com transporte. Ganharíamos uma redução de 1.200km de transporte, já que usaremos o nosso porto”, acentuou Esmeraldo.

Ele ainda disse que Sergipe deverá produzir soja convencional e orgânica, que tem um valor de mercado de R$ 3 a R$ 5 a mais que a transgênica. “Além disso, é ótima para recuperar o solo. A soja convencional e orgânica produz nutrientes que recupera o solo já cansado. Ela pode entrar também como rotação de cultura e resolveria o problema da monocultura do milho no estado, além de ser ambientalmente correto”, explicou.

Outra vantagem apontada por Esmeraldo Leal, é que o calendário de safra de Sergipe não competiria com o de outros estados. Segundo ele, o estado iria produzir na entressafra de outras localidades.  Outro valor agregado apontado pelo secretário é a produção de sementes e de ração.

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