Quem possui terrenos em bairros como 13 de Julho, Garcia e Atalaia não tem do que se queixar. Nos dois primeiros, o metro quadrado custa entre R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil, enquanto na orla não se compra uma boa área por menos de R$ 1,5 mil o metro quadrado. Segundo o empresário Eduardo Machado do Prado Barreto, da Construtora Santa Maria, e elevado preço é resultado da pouca oferta de solo urbano em Aracaju: “E vai permanecer assim até que a Justiça Federal libere para construção aquela enorme área, que se estende do Aeroporto de Aracaju até a foz do Rio Vaza Barris”, explica.
A proibição da Justiça Federal ocorreu em 2009. A Ação Civil Pública impetrada pelo Ministério Público Federal pediu solução para os problemas de drenagem e esgotamento sanitário na Zona de Expansão. Portanto, enquanto a Prefeitura e a Deso não atenderem essas exigências, estão proibidos o licenciamento, construção e inauguração de empreendimentos na área em questão. “Enquanto isso não acontecer, o valor do solo urbano vai continuar elevado na cidade”, afirma Eduardo Barreto. Ele informa que tanto a Prefeitura quanto a Companhia de Saneamento estão viabilizando projetos para adequar aquela região às exigências legais.
Sem áreas nobres para construir em Aracaju, as construtoras voltaram as atenções para a Barra dos Coqueiros. Depois da abertura de grandes condomínios como os três da Alphaville, aquele município virou a bola da vez. De acordo com Sérgio Sobral, presidente do Conselho dos Corretores de Imóveis de Sergipe, quem possui um bom terreno na Barra não vende por menos de R$ 100 mil: “E a tendência é o preço aumentar, pois aquela área tem ficado cada dia mais valorizada”, explica.
Para se ter uma idéia da grande procura por imóveis na Barra dos Coqueiros, o primeiro empreendimento lançado ali pela Alphaville teve os lotes completamente comercializados em apenas cinco horas, no dia do lançamento. De acordo com o gerente comercial da Alaphaville Urbanismo, André Nasi, o segundo condomínio, Terras Alphaville, foi vendido em apenas três horas, enquanto o terceiro foi totalmente negociado em menos de duas horas.
Precavidos
Para evitar que se repita na Barra dos Coqueiros o que aconteceu na Zona de Expansão de Aracaju, a Deso fechou uma parceria com empresas da construção civil para a expansão do sistema de esgotamento sanitário daquele município. O acordo garante atender ao surgimento de novas unidades habitacionais. Em vez de sistemas isolados de esgoto, as construtoras deverão implantar uma rede coletiva, ligada adequadamente a uma Estação de Tratamento.
Hoje, a Barra dos Coqueiros já conta com sistema completo de esgotamento sanitário implantado pelo Governo Estadual com recursos superiores a R$ 15 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento. A rede de esgoto atende 4,5 mil ligações domiciliares e beneficia, aproximadamente, 16 mil pessoas. Com a iniciativa, será possível expandir esta capacidade atendendo aos novos empreendimentos em áreas de crescimento que não integram o projeto iniciado pelo Estado.
Por Adiberto de Souza (crédito: exodoviagens)