Torturado pela Ditadura Militar vira cidadão aracajuano

“Quem contar a história do povo aracajuano e sergipano tem que falar de homens e mulheres que resistiram à ditadura militar. E uma dessas pessoas é Milton Coelho de Carvalho”, destacou a vereadora professora Ângela Melo (PT) durante solenidade especial de entrega do título de Cidadão Aracajuano ao ex-preso político, aposentado da Petrobras e um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em Sergipe.

De autoria da vereadora, a proposta para a concessão do título foi aprovada pela Câmara Municipal de Aracaju em reconhecimento à memória e militância histórica de Milton Coelho contra a ditadura militar instalada no Brasil em março de 1964 e que completa 59 anos na próxima sexta-feira (31). Ângela Melo destacou a importância da homenagem, lembrando a trajetória de luta e resistência de Milton Coelho, preso e torturado durante a Operação Cajueiro, ocorrida em Aracaju no ano de 1976.

Como consequência das sessões de torturas no quartel do 28º Batalhão de Caçadores, o ex-preso político ficou cego. “Milton Coelho perdeu a visão, mas não perdeu a coragem, não perdeu a capacidade de sonhar, não perdeu a disposição em seguir nos ensinando com o seu próprio exemplo de vida e é por isso que hoje ele torna-se oficialmente cidadão aracajuano”, celebrou a vereadora.

Luta pela democracia

Durante a solenidade, Milton Coelho reafirmou sua defesa pela democracia e agradeceu a homenagem. “Vamos continuar lutando em defesa do povo brasileiro e da democracia com esforços para o funcionamento do processo democrático. Muito obrigado pela homenagem, em particular agradeço a professora Ângela Melo por este reconhecimento”, ressaltou.

Baiano de nascimento, o homenageado reside em Aracaju desde outubro de 1947.Considerado um dos principais militantes da esquerda sergipana, Milton Coelho é um defensor incansável da democracia e dos direitos humanos. Sua história de luta e resistência contra a ditadura civil-empresarial-militar inspira muitos sergipanos a lutar por uma sociedade mais justa e democrática.

Foto: China Tom/CMA