Não se surpreenda se os trabalhadores da Universidade Federal de Sergipe entrarem em greve nos próximos dias, visando protestar contra a absurda decisão do Ministério da Educação de extinguir as aulas online nas instituições de ensino superior. O Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores Técnico-administrativos da Universidade Federal de Sergipe (Sintufs) recebeu com indignação o anúncio do MEC sobre o retorno das atividades presenciais já em janeiro próximo.
A decisão do ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi comunicada através da Portaria nº 1.030 publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (2). Sem maiores explicações técnicas, a portaria estabelece o retorno das atividades a partir do dia 4 de janeiro, obrigando as instituições a seguir um Protocolo de Biossegurança sem qualquer prazo de adaptação.
Wagner Vieira, coordenador Geral do Sintufs, afirma que a decisão do MEC é uma ameaça à saúde dos trabalhadores e trabalhadoras da UFS e da a comunidade acadêmica, tendo em vista a alta na ocupação de leitos para casos de Covid-19 nas últimas semanas. “Não houve diálogo sobre isso com nenhum setor. Em Sergipe, a ocupação de leitos em virtude da Covid-19 está subindo novamente, o Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) está próximo de 100% de ocupação. Como retornar neste cenário, ainda mais garantindo a biossegurança de mais de 30 mil pessoas?”, questiona.
Greve sanitária
Wagner Vieira não descarta a possibilidade de greve sanitária por tempo indeterminado na Universidade Federal de Sergipe caso a decisão do MEC não seja revogada. “Já decidimos em assembleias anteriores que só retornaremos em segurança, com diálogo e garantias para a comunidade acadêmica. Não colocaremos nossas vidas em risco para cumprir uma Portaria do Ministério da Educação. A possibilidade de cruzar os braços está dada”, ressaltou o líder sindical.