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Três escritores de Sergipe desconhecidos dos sergipanos

Manuel Bomfim deixou a Medicina para dedicar-se à educação

Manoel Bomfim, Alina Paim e Tobias Rabelo Leite. Você sabe quem são eles? Poucos sabem da importância dessas pessoas no cenário da literatura sergipana, mas elas tratam, através de suas obras, do direito à educação e da inclusão social, temas cada vez mais atuais.

Singular representante da história do pensamento educacional brasileiro, Manuel Bomfim deixou a Medicina para dedicar-se à educação no começo do século XX. O autor acreditava que os problemas brasileiros não são eugênicos – de cor ou raça – e sim, de caráter.

A obra mais importante do sergipano é “América Latina: males de origem”, onde Bomfim ressalta que “o mal do Brasil é Portugal”. Foi o que destacou o professor Claudefranklin Monteiro Santos. Segundo o educador, a herança cultural e econômica que Portugal deixou para o Brasil atrapalha o desenvolvimento do nosso país

Claudefranklin ressalta que, segundo Bomfim, os problemas que existem no Brasil são resultado das falhas do governo em não incluir a todos no ambiente educacional. Para alguns, Manoel Bomfim foi um “rebelde esquecido”, mas conforme Claudefranklin, ele foi apenas “eclipsado”.

Militante comunista

Descoberta ao acaso pela professora Ana Leal, Alina Paim foi uma romancista sergipana. Professora, Paim escreveu seus primeiros textos no jornal do colégio em que estudava ainda quando era criança. Foi apadrinhada pelo escritor alagoano Graciliano Ramos e fez parte da militância do Partido Comunista. Através de seus romances, dedicados ao público infantil e juvenil, Alina Paim lutou pela inclusão social. Sua primeira obra publicada foi Estrada da Liberdade, em 1944.

Ana Leal informa que, quando professora, a sergipana já falava sobre inclusão. Alina comparava seus alunos a lápis coloridos, demonstrando que cada um tem uma função para contribuir no resultado final. Além de Estrada da Liberdade, Paim tem publicados também A sombra do patriaca, O sino e a rosa, A sétima vez e A casa da coruja verde.

Segundo a professora Verônica dos Reis Mariano Souza, Tobias Leite é um dos pioneiros em abordar a temática da inclusão dos surdos na educação do Brasil no século XXI. Além de escritor, Tobias Leite era médico. E foi a partir da Medicina, que o autor se introduziu na luta pela inclusão. O sergipano trabalhava na área de política sanitária e a partir disso percebeu que os surdos sofriam com a falta de inclusão no meio social e dessa forma não recebiam a educação necessária.

Em suas obras, Tobias Leite correlaciona diretamente higiene e inclusão. Dentre as obras, muitas eram de fins didáticos destinados a surdos, como Noções da Língua Portuguesa. Para Verônica, Tobias Leite enfrentou diversos preconceitos e barreiras para escrever sobre e para os surdos no Brasil. Muitas vezes por ignorância de uns e má vontade de outros.

Fonte: Ascom/UFS (Cédito/Grupo Minha Terra é Sergipe)

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