A Uber demitiu, em todo o Brasil, mais de 15 mil motoristas de aplicativo da plataforma, com a justificativa de excesso de cancelamentos, segundo denúncia da Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp). De acordo com a entidade, o número corresponde a 1% de toda a base de motoristas do país.
A quantidade de pessoas que ficaram desempregadas é três vezes maior aos trabalhadores demitidos pela Ford, que informou, neste ano, o fim da produção no Brasil com a demissão de 5 mil trabalhadores. O fato revela o problema da uberização, isto é, da “APPficação” em geral do mercado de trabalho. Considerados “microempreendedores”, os trabalhadores sofreram com uma demissão sumária e simultânea e sem aviso prévio. Por isso, alguns setores lutam pela sindicalização do setor.
“Foi uma exclusão sumária, o que deixou os motoristas em situação complicada. Nos termos de uso da plataforma, não há proibição à prática do cancelamento”, diz Eduardo Lima de Souza, presidente da Amasp. Segundo reportagem do G1, “os condutores passaram a selecionar corridas em virtude do aumento do preço dos combustíveis. Do gasto diário de um motorista, a gasolina representa entre 40% e 50% e segundo o resultado do IPCA-15, divulgado nesta sexta-feira (24), o combustível acumula alta de 39,05% nos últimos 12 meses”.