Rosalvo Ferreira Santos*
A Universidade Federal de Sergipe é a única universidade pública do estado. Criada há 52 anos, tem sido responsável pela formação de milhares de profissionais qualificados e comprometidos com o desenvolvimento de Sergipe, do Nordeste e do Brasil, nas diferentes áreas do conhecimento. A UFS iniciou sua expansão e interiorização em 2006, com a instalação do Campus de Itabaiana, Prof. Alberto Carvalho. Na sequência vieram os campi de Laranjeiras, Lagarto e Glória, somando-se ao Campus da Saúde em Aracaju e ao Campus sede em São Cristóvão. Atualmente a UFS conta com 6 campi e, conforme seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2016-2020, ainda faltam ser criados os campi de Estância e de Propriá. O total de alunos da graduação ultrapassa 24 mil, na Pós-graduação são quase 3 mil alunos matriculados. O quadro docente efetivo é de mais de 1.500 professores, sendo 80% de doutores. São mais de 1.400 técnicos administrativos e mais de 1.200 trabalhadores terceirizados.
O trabalho profícuo e incansável de professores, técnicos administrativos e pessoal de apoio terceirizado se reflete diretamente nos indicadores de excelência alcançado em termos da gestão administrativa e do desempenho acadêmico. Nos últimos anos, a UFS tornou-se referência em termos de indicadores do ensino, da pesquisa e da extensão, posicionando-se entre as melhores universidades federais do país.
Com Conceito 4 do IGC (Índice Geral de Cursos), cujo limite máximo é 5, somente 20% das Universidades públicas e privadas do país têm desempenho igual ao da UFS e apenas 2% têm desempenho superior, conforme dados do Ministério da Educação (MEC).
A UFS ocupa atualmente posição de destaque no cenário nacional e internacional em termos de pesquisa, tendo, em 2020, duas teses de doutorado premiadas pela CAPES e três docentes reconhecidos internacionalmente pelos impactos de suas pesquisas em face da pandemia da Covid-19. Quase 85% dos cursos de graduação avaliados pelo Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) obtiveram conceito 4 ou 5. A UFS foi apontada por um ranking internacional como sendo a sétima melhor universidade dentre todas as universidades brasileiras (públicas e privadas), sendo a primeira universidade em termos de impacto de pesquisas e publicações na área de saúde.
As atividades de extensão destacam-se não só por seu papel social e transformador, mas também pelo compromisso institucional da UFS com o desenvolvimento artístico, cultural e a sustentabilidade socioeconômica do povo sergipano. Em 2020, a atuação da UFS em atividades extensionistas é algo que merece louvor. Foram mais de 1.400 ações de extensão, abrangendo todos os territórios do estado, com participação de 1.039 docentes, 301 técnicos administrativos e quase 5.000 alunos, contando ainda com a participação de 2.193 atores externos à UFS. O público alcançado superou 140.000 pessoas de forma direta, o que demonstra a importância da nossa Universidade nas ações de extensão em todas as áreas e, de modo particular, no enfrentamento da Covid-19, contribuindo de forma decisiva para mitigar os impactos da pandemia em termos de saúde pública e nas condições socioeconômicas da população sergipana.
A despeito da queda vertiginosa dos recursos orçamentários de capital a partir de 2015, a UFS continuou seu processo de consolidação dos campi fora da sede, assegurando infraestrutura de tecnologia da comunicação e informação. Foram investidos mais de R$ 12 milhões em equipamentos, software e montagem de um novo data center, atendendo demanda dos profissionais de TI, ampliando e melhorando os serviços de comunicação em todos os 6 campi da UFS. Os processos totalmente eletrônicos permitiram agilidade e redução de custos, e estão fazendo a diferença no desenvolvimento das atividades remotas em face do atual quadro de pandemia da Covid-19.
Os investimentos no sistema de rádios e na TV UFS são uma realidade que pode ser vista na qualidade e profissionalismo das transmissões feitas por esses dois canais de comunicação. Foram investidos mais de R$ 3 milhões em equipamentos e contratação de pessoal técnico de apoio.
Como estratégia de redução de despesas de energia elétrica e preservação ambiental, desde 2015, a UFS vem ampliando o sistema de energia fotovoltaica. Foram usados recursos do próprio orçamento e obtidos recursos extra orçamentários no montante de mais de R$ 2 milhões junto ao MEC em 2019. Atualmente a UFS dispõe de placas fotovoltaicas nos prédios do Departamento de Engenharia Elétrica, Biblioteca Central, Ambulatório do Hospital Universitário de Aracaju, Didática 5 e Centro de Simulações em Lagarto. Está prevista, para início de 2021, a instalação de 1.375 placas em prédios dos campi de São Cristóvão, Lagarto, Laranjeiras, Itabaiana, Aracaju e no Cultart. Processo de aquisição foi iniciado em 2019 e já foram entregues 34 toneladas de equipamentos, de um total de 42 toneladas. A UFS ocupará o primeiro lugar do Nordeste na geração de energia limpa, dentre os órgãos públicos. O impacto na redução da conta de energia será de 30% a 40%.
A história e as conquistas da UFS estão acima de veleidades individuais ou de grupos. A UFS é maior que os interesses ou vaidades pessoais. A institucionalidade é resultado do trabalho contínuo de muitos que há anos dedicam sua vida à construção desse patrimônio, cujo valor transcende vicissitudes circunstanciais, tornando inócua qualquer tentativa que pretenda macular seu brilho e sua relevância de 52 anos de existência.
*Ex-pró-reitor de Planejamento da UFS