A Universidade Federal de Sergipe (UFS) deu início, nesta segunda-feira (1º), no campus de São Cristóvão, a segunda etapa do projeto de testes rápidos de anticorpos do novo coronavírus. 60 profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) realizaram o teste sorológico. Nessa nova fase, o objetivo é testar cerca de dois mil trabalhadores de serviços públicos considerados essenciais até o final deste mês no sistema drive thru.
Na área da saúde, a força-tarefa de alunos, professores e técnicos da universidade também realizará os testes rápidos da covid-19 em profissionais da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes e seis hospitais da rede pública do estado: Hospital de Urgência de Sergipe, Hospital Universitário de Aracaju, Hospital Universitário de Lagarto, Hospital Regional de Itabaiana, Hospital Regional de Estância e Hospital de Cirurgia.
Já na área da segurança pública, a ação será voltada para identificar a prevalência da doença em policiais e bombeiros militares, policiais civis, guardas municipais e agentes de trânsito. Haverá também a testagem de profissionais do setor de limpeza urbana.
O coordenador do Laboratório de Bioquímica Clínica da UFS, professor Lysandro Borges, lidera o projeto de testagem e explica que o teste sorológico não detecta o coronavírus, mas sim os anticorpos que a pessoa produz ao ter contato com o vírus.
“O diagnóstico só é feito pelo médico com mais exames adicionais. Nosso inquérito é um inquérito de soroprevalência. Estamos tentando identificar o anticorpo IgG e IgM para SARS-COV-2. E não necessariamente o paciente que tem essa sorologia, tem que ser investigado a presença do vírus com métodos, como a biologia molecular, o RT-PCR, que é o método padrão ouro. E com o médico chegar ao diagnóstico”, ressalta.
Para o condutor de ambulância do SAMU, Willigleinans Dias, não há dúvidas quanto à importância da prevenção da doença. Ele destaca ainda a relevância da ação da UFS para os profissionais da área diante do alto grau de estresse na rotina de trabalho.
“É sem dúvidas uma iniciativa importante da universidade, dando sua parcela de contribuição para a sociedade do nosso estado, nesse caso específico a nós, profissionais de saúde, que nos encontramos nesse momento muito sobrecarregado, e, muitas vezes, sem o devido acolhimento, por causa de toda essa sobrecarga que a pandemia está causando na população e em nós trabalhadores da saúde“, salienta.
Etapa anterior
Na primeira etapa, o projeto de testagem da UFS contabilizou 690 casos confirmados da doença, sendo que 407 pessoas testaram positivo para o aparecimento de anticorpos do tipo IgM, que sugerem a doença ativa na fase inicial de contaminação. Outras 283 pessoas positivaram para o tipo IgG, o que indica que a pessoa provavelmente já está imune ao coronavírus. 2.228 testes apresentaram resultado negativo. Além disso, 128 amostras tiveram resultado indeterminado, o que podem sugerir, pela titulação do anticorpo, o contato com a covid-19, e ainda a não expressão total de anticorpos para positividade. Neste caso, sugere-se a repetição do teste.
Força-tarefa
Foram destinados mais de R$ 1 milhão de sanções pecuniárias depositados em conta judicial para a execução do projeto, por decisão do juiz da 3ª Vara do Trabalho de Aracaju, Luiz Manoel Andrade Menezes. O magistrado homologou o acordo firmado entre a UFS, Ministério Público do Trabalho (MPT-SE), Ministério Público Federal (MPF-SE) e Ministério Público de Sergipe (MPE-SE) para a realização de 7.500 testes.
A universidade viabilizou a aquisição de 3.000 kits de teste rápido em cassete 2019-nCoV IgG/IgM; 2.000 testes de covid-19 antígeno por fluorescência direta com comodato de analisador f-200; e 2.500 testes covid anticorpos igG e IgM fluorescência.
(Abel Victor e Josafá Neto, Rádio UFS )