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UFS registra uma média de quase 19 pedidos de patentes

Paula Menezes tem mais 21 pedidos de patentes no currículo

A Universidade Federal de Sergipe registrou o primeiro pedido de patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) em 3 de outubro de 1984. Desde então, a instituição já fez 221 depósitos e obteve 15 patentes. A maioria deles (111) ainda aguarda exame técnico.

Entre janeiro e julho deste ano, 11 solicitações foram feitas. Nesse período, a UFS conquistou quatro concessões relacionadas a pedidos de 2011, 2013, 2014 e 2015. Os dados são da Coordenação de Inovação e Transferência de Tecnologia (Cinttec) – setor interno responsável pelo assunto.

Segundo o Inpi, a patente é um título temporário que concede ao seu detentor “os direitos exclusivos sobre o bem, seja de um produto, de um processo de fabricação ou aperfeiçoamento de produtos e processos já existentes”.

As patentes de invenção e de modelo de utilidade têm prazos de vigência de 20 e 15 anos, respectivamente, contados a partir da data de depósito do requerimento. A carta-patente é o documento que formaliza a concessão do título.

O tempo médio para a decisão do exame técnico do pedido leva mais de cinco anos, de acordo com dados do instituto de junho deste ano.

Média de depósitos

A média de depósito de patentes da UFS saltou de cerca de um (0,81) entre 1984 e 2010 para 19 (18,8) entre 2011 e 2020. Em número absolutos, constam 188 pedidos nesse período. O avanço se deve à identificação da inovação como diretriz institucional e à ampliação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti) e dos programas de pós-graduação, apontou o coordenador da Cinttec, professor Antonio Martins.

“O crescimento e a consolidação da pós-graduação da UFS fizeram com que os mestrandos e doutorandos vissem as suas dissertações e teses não apenas como produtos acadêmicos, e sim como produtos que podem chegar ao mercado”, enfatizou Antonio.

Os cursos de mestrado e doutorado saltaram de 9 em 2004 para 77 em 2020, segundo os Relatórios de Gestão. A universidade foi a quinta melhor do Nordeste e a 37ª do país no Latin America University Rankings 2021. O levantamento considerou cinco critérios: citações, ensino, produção científica, perspectiva internacional e relações com o setor produtivo.

Com 152 ofertas, as bolsas do Pibiti cresceram 12,5% no ano passado em relação a 2019, de acordo com relatório de gestão de 2020. Por dois anos consecutivos, a instituição venceu uma das categorias do 15º e 16º Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Inovação na UFS

O pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, professor Lucindo Quintans, disse que a inovação e a transferência de tecnologia são áreas importantes para a UFS. Ele acrescentou que os pesquisadores buscam criar projetos que atendam às demandas da sociedade, a exemplo, os processos e produtos desenvolvidos pela instituição para enfrentamento à pandemia da covid-19.

“Então, a inovação é quase uma marca da nossa universidade por ter um dos programas de iniciação científica mais antigos do Brasil e de iniciação tecnológica também de maior destaque atualmente. Ganhamos prêmio nacional do CNPq nessa área pela qualidade das pesquisas que desenvolvemos”, ressaltou Lucindo.

“Isso demonstra que a universidade [não só] tem investido financeiramente, mas também na formação e qualificação dos nossos recursos humanos para que essa temática seja cada vez mais abraçada pela nossa comunidade e que traga frutos para a sociedade”, completou.

Ranking de depositantes

O último ranking de depositantes nacionais de pedidos de patentes de invenção do Inpi mostra que a UFS se posicionou em 17º lugar em 2019. Desde a primeira edição anual do ranking (2013), a única vez que a universidade não apareceu no levantamento foi em 2018. As colocações nos demais anos foram: 11ª (2013), 18ª (2014), 24ª(2015), 22ª (2016) e 17ª (2017).

Para Hélio Santa Rosa, chefe da seção do Inpi em Sergipe, o ranking é um indicador da participação das instituições na área da inovação. “É muito importante uma universidade ter um número de patentes depositadas considerável. A patente é um dos requisitos que indicam o grau de inovação de determinado parque tecnológico”, afirmou. Ele ainda destacou que a instituição “vem crescendo consideravelmente em comparação com todo o Brasil”.

Pós-doutoranda em Ciência da Propriedade Intelectual na UFS, Paula Menezes tem mais 21 pedidos de patentes no currículo. Neste ano, ela conseguiu com um grupo de pesquisadores da universidade a primeira carta-patente como inventora. Trata-se de um produto farmacêutico com fins analgésico e anti-inflamatório, fruto da pesquisa dela de mestrado.

O interesse pela inovação começou a partir da iniciação tecnológica na graduação. “Desde então, os produtos que eu desenvolvia no laboratório da área de tecnologia farmacêutica, a gente já escrevia os pedidos de patente e já solicitava junto à Cinttec”, contou.

Uma das finalidades da Cinttec é auxiliar os pesquisadores no processo de patenteamento de inventos, produtos e processos advindos de pesquisas.

Para Paula, o apoio da coordenação, por meio de capacitações e eventos, foi fundamental: “Eles deixam todos os pesquisadores munidos das informações necessárias, são bem presentes e ajudam em todo o processo. Então, isso facilita bastante”. Outro ponto essencial para obter a carta-patente, segundo ela, é confiar na potencialidade e saber escrever a proposta, além de acompanhar o processo.

Em 2013, foi criado o Programa de Pós-Graduação em Ciência da Propriedade Intelectual, que representou um avanço para a área. Mesmo assim, um desafio é ampliar a comunicação sobre o assunto para que a comunidade acadêmica identifique os potenciais inventivos nos projetos, segundo o professor Antonio Martins. “A gente tem que quebrar o paradigma de que a inovação está muito voltada para as ciências brutas, a parte de tecnologia, matemática e física”, destacou.

Na página da Cinttec, você pode conferir os procedimentos para comunicar a sua invenção à UFS. Em caso de dúvidas ou mais informações, entre em contato pelo telefone (79) 3194-7135 ou envie e-mail para patentes.ufs@gmail.com.

Fonte e foto: Ascom/UFS

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