Por Adiberto de Souza *
Em julho de 1968, o presidente da República, marechal Artur da Costa e Silva – o segundo da ditadura militar – veio a Sergipe exclusivamente para visitar o campo petrolífero de Carmópolis. Para prestigiar o ditador, autoridades e militares às centenas inundaram o acanhado município, localizado a 49 quilômetros de Aracaju.
Após a visita às instalações da Petrobras, exibição de amostras de petróleo ao sisudo marechal e desafinados cânticos por um improvisado coral da escola municipal, chegou a hora do falatório. Discurso em mãos, o governador Lourival Baptista passou a descrever as potencialidades de Sergipe para um público silencioso e uma imprensa nervosa com a quantidade de laudas que restava para ser lida.
Lá pras tantas, o empolgado governador saiu com essa: “Sergipe é o maior produtor de petróleo do Nordeste, cuíca do Brasil”. Foi aquele espanto: “Como essa cuíca entrou aí?”, indagavam todos. Finda a solenidade, o impagável e saudoso jornalista Santos Santana, competente mestre de cerimônia do evento, pede o discurso a Lourival Baptista e verifica que não havia cuíca nenhuma naquele longo “improviso”. A frase correta era: “Sergipe é o maior produtor de petróleo do Nordeste, quiçá do Brasil”. Tenho dito!
* É editor do site Destaquenoticias