O Nordeste brasileiro segue se destacando como polo de inovação sustentável e aproveitamento de recursos naturais. Um exemplo promissor é o fermentado de umbu gaseificado, uma bebida desenvolvida a partir do fruto típico da Caatinga, com potencial para conquistar o mercado nacional e internacional. Um dos proejtos em andamento, é fruto da parceria entre a Embrapa e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), une tradição, ciência e sustentabilidade para criar um produto que se alinha às tendências globais de consumo.
Na Bahia, maior produtor do Brasil o estudo do fermentado ja chegou na venda comercial. Com 90% do umbu brasileiro concentrado na Bahia, a pesquisa liderada por Breno de Paulo, engenheiro de alimentos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos, busca agregar valor ao fruto, tradicionalmente comercializado in natura ou como polpa.
Segundo Breno, a tecnologia tem potencial para beneficiar agricultores familiares, especialmente quando organizados em cooperativas, como a Coopercuc, em Uauá (BA), que já exporta produtos da Caatinga. O vinho fermentado de umbu seria uma nova oportunidade para ampliar os mercados.
Sobre o fermentado de umbu
Metodologia refinada: A bebida segue o método tradicional usado na produção de espumantes renomados, com fermentação inicial para criar o “vinho base” e uma segunda fermentação na garrafa para gerar gás naturalmente.
Mercado em crescimento: O mercado global de bebidas fermentadas tem projeção de crescer de US$ 2,27 trilhões em 2024 para US$ 3,06 trilhões até 2029, impulsionado por consumidores em busca de produtos únicos e autênticos.
Sustentabilidade e inovação: Além de minimizar o desperdício de umbu, a produção contribui para a economia circular e aproveita uma matéria-prima abundante no Semiárido.
Potencial econômico: O projeto fortalece a agricultura local com o incentivo ao cultivo planejado de umbuzeiros e gera novas oportunidades para pequenos agricultores.
O umbuzeiro, adaptado às condições adversas da Caatinga, é uma fonte de renda sustentável para agricultores da região. De acordo com Saulo de Tarso Aidar, coordenador do projeto pela Embrapa Semiárido, o cultivo planejado e o desenvolvimento de produtos de alto valor agregado podem transformar a economia local. “O umbu não é apenas um fruto, é uma solução econômica e ambiental para o Semiárido”, afirma o pesquisador.
A produção do fermentado gaseificado também reforça o uso sustentável da biodiversidade, colocando o Nordeste em destaque como uma região que alia tradição e inovação para competir no mercado global de bebidas.
Fonte: Portal Ne9 (Fotos: Embrapa)