O uso do cartão de crédito aumentou 42,4% no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior. É o que revela uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Empresas (Abecs). Já segundo um levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o Brasil encerrou abril com 77,77% de endividados, número superior ao registrado em 2021 (67,5%).
Segundo Larissa Brioso, educadora financeira e líder de conteúdo na Mobills, startup de soluções para finanças sobre como evitar dívidas usando essa forma de pagamento, um erro comum é achar que o cartão de crédito é uma extensão da renda. “Ao usar dessa maneira, a pessoa comprometerá grande parte do seu dinheiro. Há pessoas, por exemplo, que recebem uma renda líquida, sem imposto, de R$ 3 mil, tem um cartão de crédito de R$ 2 mil, mas gasta no mês como se tivesse na verdade R$ 5 mil”, analisa a especialista.
A educadora financeira aconselha ainda não comprometer mais de 30% do salário com cartão de crédito. “Estima-se que uma pessoa gaste cerca de 50% da renda com gastos essenciais, se ela gasta 30% da renda por mês pagando fatura do cartão, o orçamento do mês fica muito limitado. Pode sempre haver imprevistos”, afirma Brioso.
Ao gastar mais do que o indicado com o cartão de crédito e acumular contas, a pessoa passa a conseguir pagar apenas o mínimo da fatura, já que existem outros gastos essenciais mais urgentes. “Quando isso acontece é gerada uma dívida bola de neve, que possui uma das taxas mais altas. Estima-se que só em 2021, o crédito do juros rotativo ficou acima de 300% no Brasil. Se a pessoa que não consegue pagar a fatura, entrar no crédito rotativo, ela vai ter arcar com gastos ainda mais elevados da fatura. Se você não conseguiu pagar a primeira parcela, o que garante que vai conseguir cumprir com o pagamento da dívida no mês seguinte, que está ainda acrescida de juros”, explica Larissa Brioso.
Fonte: Portal R7