Após ter tido a sua fazenda, localizada no interior de Sergipe, baculejada pela Polícia de São Paulo, o ex-deputado federal e sindicalista Valdevan Noventa (PL) afirmou que tem sido alvo de sucessivas retaliações políticas, uma vez que tem lutado contra os interesses do Poder Público e do setor patronal na defesa dos direitos dos trabalhadores. Esta é a segunda vez que policiais fazem busca e apreensão na propriedade do ex-parlamentar visando conseguir provas para o inquérito que apura um esquema criminoso envolvendo o SindMotoristas/SP, entidade dos condutores e cobradores de ônibus gerida há muito tempo por Noventa.
Em nota, a assessoria de imprensa do ex-deputado explica que ele “respeita e se coloca à disposição das autoridades para quaisquer atos que se fizerem necessários ao inquérito policial. Informa também que ele e os demais membros da diretoria do Sindmotoristas, citados nos nos referidos autos, encontram-se afastados de seus cargos até a conclusão da investigação. De modo preliminar, tratam-se de apontamentos de eventuais indícios de um inquérito ainda em curso, o qual nem mesmo seus advogados tiveram total acesso aos autos. Portanto, suas defesas serão oportunamente apresentadas”, frisa.
Lavagem de dinheiro
A operação desencadeada pela polícia paulista apura o que chama de “um esquema envolvendo o SindMotoristas. O grupo criminoso indicava fornecedores para as empresas de ônibus, como planos de saúde, odontológicos, cestas básicas, ect. Esses empreendimentos indicados passavam propinas para a diretoria do sindicato, para a organização criminosa. E as empresas de ônibus eram obrigadas a atender o grupo, sob pena de terem as garagens paralisadas por piquetes e greves”, explicou o delegado Roberto Monteiro, responsável pelas investigações.
Como resultado da primeira fase da operação, desencadeada em agosto passado, a Polícia Civil de São Paulo já havia apreendido 41 cavalos de alto valor pertencentes ao ex-deputado federal e ex-presidente do SindMotoristas. Agora na segunda fase, desenvolvida ontem (20), mais dois cavalos de raça foram apreendidos em Sorocaba (SP).
O delegado Roberto Monteiro, da Polícia Civil de SP, ressaltou o alto valor dos cavalos apreendidos na Operação Chapelier. Dos cavalos apreendidos, há animais que chegam a valer R$ 1 milhão, conforme a apuração da Polícia Civil paulista. Os animais apreendidos em Sergipe estão sob a custódia da Cavalaria da Polícia Militar sergipana. “Estamos pedindo à Justiça que dê o perdimento definitivo desses animais para que possam incorporar o patrimônio da Polícia Militar de Sergipe”, destacou.
Com informações e fotos da SSP/SE