Por Adiberto de Souza *
Caso confirme mesmo a sua pré-candidatura a governador tendo ao seu lado Eduardo Amorim (PL) como postulante ao Senado, Valmir de Francisquinho (PL) terminará sendo o coadjuvante da chapa liberal. Manda chuva do partido em Sergipe, o empresário Edvan Amorim deve direcionar todos os esforços e recursos do partido para a campanha do irmão, tal qual fez em 2010. Naquele pleito, Eduardo Amorim se elegeu senador com 625.959 votos, bem mais do que os 537.223 sufrágios obtidos pelo candidato a governador Marcelo Déda (PT). E para agravar a situação de Francisquinho, ele deve ir à disputa numa chapa majoritária puro sangue, diferente do saudoso petista, que teve o apoio de uma ampla coligação, composta pelos PT, MDB, PDT, PSB, PRB, PR, PCdoB, PSC, PSL e PTC. Portanto, se confirmar mesmo que aceitará tamanho desafio eleitoral, o ex-prefeito de Itabaiana permite suspeitar que será usado como escada pelos Amorim, muito mais interessados numa poltrona azul do Senado do que em ver o Valmir sentado na cadeira de governador. Misericórdia!
Sem limites
O senador Rogério Carvalho (PT) condenou a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de conceder indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB), condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo o petista, Bolsonaro utiliza a prerrogativa presidencial “para beneficiar um amigo, condenado por atacar a nossa democracia. Um completo disparate”. Rogério afirma que o presidente tem conhecimento que o indulto concedido é inconstitucional, “mas joga para agradar seus fanáticos seguidores e usa o cargo em benefício próprio”. Crendeuspai!
Pé na estrada
Enquanto aguarda os aliados definirem os demais integrantes da chapa majoritária, o pré-candidato a governador Fábio Mitidieri (PSD) tem circulado pelo estado atrás de apoio político. Amanhã, o distinto leva a sua “Caravana Caminhos de Esperança” à Estância, onde ouvirá sugestões dos aliados para a construção de seu plano de governo. Organizado pela assessoria de Mitidieri, o encontro político visa discutir temas importantes para a região, através de uma rodada de debates técnicos sobre os mais diversos assuntos. Então, tá!
Recados indiretos
Ao se filiar ao Progressistas dias após o fechamento da janela partidária, a senadora Maria do Carmo Alves deixou claro que está se aposentando da política. Caso ela tivesse mudado de partido antes do último dia 2, permitiria suspeitar que ainda alimentava a esperança de disputar as eleições deste ano, talvez como candidata a vice-governadora. Ao se recusar permanecer no União Brasil, partido originário da fusão entre o DEM e o PSL, dona Maria também permite imaginar que não concordou que o comando da nova legenda em Sergipe não tivesse permanecido nas mãos de seu grupo político. Marminino!
Professor dos netos
Engenheiro civil por formação, o ex-deputado José Carlos Machado (PL) recorda com a alegria do tempo em foi professor da Escola Técnica de Sergipe, atual Instituto Federal de Educação. “Como diz minha filha Carla, atualmente sou professor de Desenho Estrutural e Planejamento Estratégico no curso de formação para Netos Empreendedores e Novos Líderes”, brinca Machadão. Supimpa!
André está inelegível
Aos que ainda apostam numa candidatura de André Moura (UB) ao Senado, vale ler o que disse o ministro aposentado Henrique Neves, do Tribunal Superior Eleitoral. Segundo o veterano magistrado, a partir da publicação do acórdão condenatório, o réu fica inelegível. “A inelegibilidade decorrente da condenação nasce com a publicação do acórdão. Ela só será suspensa se o condenado conseguir uma liminar concedendo efeito suspensivo”, ensina o ministro. No caso de André, o acórdão sobre a sua condenação por crimes contra a administração pública foi publicado em março passado. Aff Maria!
“Profissão” de risco
Um cidadão dizia numa esquina de Sergipe que ser prefeito é “uma profissão muito arriscada”. Segundo o suplicante, de quando em vez um gestor municipal termina dando com os costados na cadeia. E ele tem razão: nos últimos anos, foram presos os hoje ex- prefeitos Valmir de Francisquinho, Valmir Monteiro e Paulão da Varzinha, respectivamente, de Itabaiana, Lagarto e Laranjeiras. Mais pessimista era o impagável maluco beleza Raul Seixas, que cantava: “Mamãe, não quero ser prefeito/Pode ser que eu seja eleito/E alguém pode querer me assassinar”. Cruzes!
Batendo pernas
Uma animada caravana de políticos sergipanos vai bater pernas na capital da República, na próxima semana. Segundo a Federação dos Municípios de Sergipe, devem participar da 33ª Marcha à Brasília cerca de 30 prefeitos, vices, vereadores e secretários municipais. Com todas as despesas pagas pelos contribuintes, a animada caravana promete discutir temáticas que influenciam o desenvolvimento dos municípios. Claro que, entre uma palestra e outra, os ilustres visitantes de Brasília circularão pelo Congresso e tentarão liberar algum recurso nos ministérios. Quem pode pode, quem não pode se sacode!
Longe da política
E o conselheiro do Tribunal de Contas de Sergipe, Ulices Andrade, jura que não se envolve com política partidária. O fidalgo entrou em contato com a jornalista Rita Oliveira para desmentir informação de que ele estaria participando de articulações para formação de uma chapa majoritária. Segundo o conselheiro, quem fala sobre política na família é o filho e deputado estadual Jefferson Andrade (PSD). Aqui pra nós, nem precisava Ulices se justificar, pois todo mundo sabe que os conselheiros do TCE ficam até inimigos de quem puxa assunto de política com eles. Home vôte!
Não será a primeira
Caso confirme a sua pré-candidatura e seja eleita deputada federal, em outubro deste ano, a vice-prefeita de Aracaju, Katarina Feitoza (PSD), não será a primeira sergipana a ocupar uma cadeira no parlamento federal. Antes dela, a jornalista Tânia Soares (PCdoB) exerceu um mandato de deputada federal. A comunista renunciou o cargo de vereadora da capital para substituir Marcelo Déda (PT), que deixou a Câmara após ter sido eleito prefeito de Aracaju no 1º turno, com 122.018 votos. A sergipana permaneceu como deputada até 2003. Ah, bom!
Filosofia de Britto
Do sergipano Carlos Ayres de Britto, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal: “O fato é este: gerar riqueza ainda não é garantia de distribuição de riqueza, ao passo que não gerar miséria, agora sim, é que é garantia de não distribuição de miséria.”. É vero!
Recorte de jornal
Publicado no jornal estanciano A Razão, em 2 de julho de 1911.
* É editor do Portal Destaquenotícias