Cerca de 700 pacientes de alta complexidade, com cirurgias eletivas pré-agendadas, correm o risco de ter o procedimento suspenso ainda esta semana por mais um atraso no repasse de recursos da Prefeitura Municipal de Aracaju para o Hospital de Cirurgia. “São 700 vidas que dependem somente de uma ordem do prefeito João Alves FIlho para serem salvas”, denuncia o vereador aracajuano Bertulino Menezes (PSB).
Provocado pela família de um paciente, o parlamentar procurou a direção do Hospital de Cirurgia para buscar explicações sobre a iminência da suspensão dos procedimentos cirúrgicos. “Os diretores informaram que as expectativas são as piores possíveis, porque a folha de salários, que deveria ter sido paga até o 5º dia útil do mês ainda não tem previsão do repasse. São 300 profissionais que podem parar a qualquer momento, impedindo a realização de 700 cirurgias mensais. Isso é injustificável, inaceitável”, reage Bertulino.
Crime contra a vida
“Prefeito João Alves, não retire destas 700 pessoas a última esperança de cura. Não permita o crime contra a vida que vem sendo praticado mês a mês pela SMS. O senhor não pode compactuar com este absurdo. Não se trata de um jogo político. Não aceite a marca deste crime para a sua administração. As famílias estão desesperadas. Não estamos tratando de números. São pacientes que, por meses seguidos, submeteram-se aos procedimentos preparatórios para cirurgias cardíacas, neurológicas, oncológicas, gerais, vasculares, ortopédicas. É uma questão de vida ou de morte”, apela o vereador.
O atraso no repasse de uma parcela no valor de R$ 1,7 milhões da Prefeitura Municipal de Aracaju para o Hospital de Cirurgia, referente aos meses de maio e junho, provocou o atraso da folha salarial de 300 médicos, estimada em meio milhão de reais. A direção explica que, num esforço administrativo, com o pagamento das parcelas anteriores, no valor de R$ 3,2 milhões, o hospital já conseguiu honrar com os salários das equipes técnicas e de anestesiologistas.
Questionada pelo vereador, a direção do HC apresentou extratos e documentos comprobatórios de que, a Secretaria Municipal de Saúde deixou de cumprir o prazo para realizar o repasse de R$ 1,7 milhões, de um total de R$ 4,9 milhões referente ao mês de maio, conforme acordado em um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), firmado no Ministério Público e assinado pelo secretário Municipal da Saúde, Luciano Paz, determinando tolerância de até 5 dias úteis para pagamento, após a data do recebimento dos respectivos repasses do SUS e do Estado.
(Foto: Portal Infonet)