Por Adiberto de Souza *
Essa promessa de “voto crítico” no prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) não passa de conversa fiada do PT, do Pros e da Rede Sustentabilidade. Na política, o sujeito apoia um candidato ou faz oposição. A única exceção nesse caso é o PSDB, que prefere sempre ficar em cima do muro. Portanto “voto crítico” é como meia gravidez: não existe. Os três partidos derrotados seriam muito mais honestos com seus eleitores se orientassem o voto nulo, sob a alegação de que Edvaldo e Danielle Garcia são duas lástimas, não servem para governar Aracaju. Ora, ninguém vai sair de casa, em plena pandemia, para votar em quem não gosta só porque um grupo de derrotados resolveu inventar moda. Ao contrário dessa tolice, os três partidos poderiam muito bem ter orientado o voto nulo visando expor o tamanho da insatisfação do aracajuano com o prefeito e a delegada. Talvez, com medo de as urnas denunciarem o fracasso da orientação para anular o voto, o PT, o Pros e o Rede preferiram inventar o tal do “voto crítico”, tão real quanto poeira em alto mar, pêlo em ovo e crista em cabeça de cavalo. A única explicação para tamanha bobagem é a de que os dirigentes dos três partidos ainda estão zonzos com o tapa que levaram nas urnas. Alguém precisa dizer aos ditos cujos que é assim mesmo. Derrota fresca é como dentadura nova, demora, mas acostuma. Danôsse!
Espirito de porco
Tem gente que não vale o que o gato enterra. Pois não é que algum mequetrefe divulgou na internet que o ex-governador João Alves Filho (DEM) tinha morrido! A fake news obrigou a família do demista ir às redes sociais informar que ele permanece internado na UTI e que seu quadro de saúde é estável. Após sofrer uma parada cardíaca, quarta-feira passada, João Alves foi levado, às pressas, para um hospital em Brasília. Portador de Alzheimer, o ex-governador recebe, desde o ano passado, tratamento numa unidade montada em home care. Melhoras!
Deu o ar da graça
“Escondido” durante quase todo o 1º turno, o senador Alessandro Vieira (Cidadania) deu o ar da graça para condenar o “voto crítico” em Edvaldo Nogueira (PDT) sugerido pelos PT, Pros e Rede. Segundo o senador bolsonarista, “quem anuncia apoio crítico, quem sobe no muro, na verdade está votando no grupo de Edvaldo, Jackson, André Moura e Belivaldo. Não deixe essa turma enganar você de novo”, afirma. Vieira aproveitou e pediu voto para a delegada Danielle Garcia (Cidadania). Então, tá!
Em cima do muro
O Democracia Cristã tirou uma de PSDB e subiu no muro agora no 2º turno das eleições em Aracaju. Reunida ontem, a executiva do DC concluiu que os candidatos Edvaldo Nogueira (PDT) e a delegada Danielle Garcia (Cidadania) “são farinha do mesmo saco” e que, portanto, não apoia ninguém. Contrariando a orientação do partido, o ex-candidato a prefeito da capital, delegado Paulo Márcio, já anunciou seu apoio à prefeiturável Danielle, sua colega de profissão. Ah, bom!
Quem é o reitor?
O Ministério da Educação pediu explicação à Universidade Federal de Sergipe sobre o processo eleitoral para escolha do futuro reitor da instituição. Assinado por Elizabett Aparecida Menezes, coordenadora de governança, gestão e empreendedorismo do MEC, o ofício cobra detalhes sobre o inquérito civil aberto para apurar possíveis irregularidades na eleição da lista tríplice. Até agora, o professor Ângelo Antoniolli deu calado por resposta. O mandato dele como reitor da UFS acabou anteontem e não se sabe quando seu substituto será indicado. Crendeuspai!
Começou o blá-blá-blá
E o horário eleitoral no rádio e na TV está de volta. Desde às 7 horas de hoje que os candidatos e candidatas que passaram para o 2º turno estão enchendo os ouvidos do povo com promessas miraculosas. Tem gente prometendo ao eleitor transformar a cidade num pedacinho do paraíso. Desta vez, os dois blocos fixos para a propaganda eleitoral, de 10 minutos cada, serão divididos igualmente entre os candidatos ao cargo de prefeito. O blá-blá-blá televisivo e radiofônico vai prosseguir até o próximo dia 27. Misericórdia!
Cabeça inchada
Bastou o governador Belivaldo Chagas (PSD) dizer que só avaliará as eleições em Sergipe depois do 2º turno em Aracaju, para a oposição começar a tirar chinfra. Andam espalhando nas esquinas do estado que Chagas está procurando um discurso para explicar a derrota do candidato dele em Simão Dias. Apesar do esforço pessoal de Belivaldo, o prefeiturável Aloizio Viana (PSC) perdeu para Cristiano Viana (PSB), que vem a ser aliado da família Valadares. Dizem as más línguas, que o governador anda de cabeça inchada desde a derrota sofrida na terra natal. Que tal um comprimido de Neosaldina? Marminino!
Intriga da oposição
O prefeito Edvaldo Nogueira (futuro PDT) discorda dos que afirmam que ele não reajustou a passagem dos ônibus da Grande Aracaju por ser este um ano eleitoral: “Essa não é a primeira vez que decido pelo reajuste zero na tarifa”, frisa o gestor. Nogueira lembra que em 2012 também negou o pedido de aumento feito pelas empresas de transporte coletivo, “e naquele ano eu não era candidato a nada”. Vixe!
Emília tucanou
E a vereadora aracajuana Emília Corrêa (Patriota) tucanou agora no 2º turno. A distinta prefere dizer ter feito opção pela neutralidade. Aliás, não é a primeira vez que a moça fica em cima do muro. Ela mesma lembra que “me declarei neutra” no 2º turno das eleições de 2018. A vereadora tem uma explicação para a sua condição de murista: “Não apoiar o que está posto hoje, revela posicionamento, inclusive até mais ousado, pois fica evidente que não teremos vantagens ‘politicas’. Portanto, manterei o meu critério”. Espia, pra ela!
Mala e cuia
O ex-cadidato a prefeito de Aracaju, Lúcio Flávio (Avante), está de malas prontas para deixar o partido. Segundo ele, caso a executiva estadual da legenda insista na ideia de apoiar reeleição do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), “estarei declarando a minha desfiliação. Eu escolho a coerência”, postou Lúcio nas redes sociais. O moço também deixou claro que agora no 2º turno não subirá em palanque de ninguém. Consultado sobre a posição do filiado, o presidente da legenda, Clóvis Silveira, foi curto e grosso: “O Avante continua com a decisão de apoiar Edvaldo. Sobre deixar o partido, o problema é dele”. Cruz, credo!
Recorte de jornal
Publicado no jornal Tribuna de Aracaju, em 15 de janeiro de 1932.
* É editor do Portal Destaquenotícias